COTIDIANO
Bolsonaro e Lula e Bush. Quem muito se abaixa, o fundo aparece
Publicado em 20/05/2019 às 6:36 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:35
Vi Lula contar essa história numa entrevista, pouco antes da sua prisão, e achei muito interessante.
O presidente brasileiro participava de um desses encontros de chefes de Estado.
Lula estava numa mesa com o chanceler Celso Amorim e Kofi Annan, que era secretário geral da ONU.
De repente, houve uma grande movimentação no local.
Claro! Era Bush, o presidente americano, que estava chegando.
Celso Amorim ficou todo empolgado e propôs a Lula:
Vamos lá cumprimentá-lo!
Ao que Lula respondeu:
Calma, Celso! Ele está chegando e vai cumprimentar todos, do mesmo jeito que eu fiz. Não é porque ele é presidente dos Estados Unidos que será diferente.
Dito e feito. Bush foi de mesa em mesa cumprimentar os chefes de Estado.
E sabem onde ele sentou? Na mesa de Lula.
Menos por Lula, a quem Bush ainda não conhecia, mais por Kofi Annan, pelo cargo que este ocupava na Organização das Nações Unidas.
Nos oito anos em que foi presidente, com Celso Amorim à frente do Ministério das Relações Exteriores, Lula foi respeitado internacionalmente pelo seu carisma, pelo seu talento político, pela política externa adotada pelo governo brasileiro.
Com Bush, a despeito das posturas ideologicamente muito distintas, soube construir uma relação que acabou ultrapassando os limites formais que há entre os presidentes de duas nações amigas.
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Lula, Bolsonaro, Bush, Nova York, Dallas, Brasil/Estados Unidos.
Nos últimos dias, tenho pensado em algo que o povo diz em sua sabedoria, com maior ou menor sutileza.
Aqui na coluna, vai ficar assim:
Quem muito se abaixa, o fundo aparece!
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