COTIDIANO
Samuel me ensinou a amar os cães
Publicado em 21/06/2019 às 7:36 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:35
Vamos embora, companheiro. Vamos. Eles estão por fora do que eu sinto por você.Me dê sua pata peluda. Vamos passear Sentindo o cheiro da rua.Os Mutantes
Samuel chegou pouco antes do Natal de 2007.
Travesso e mordedor. Como os filhotes costumam ser.
Meu medo de cachorros e meu pouco interesse por eles foram vencidos em poucos dias. Afinal, aquele bichinho - um beagle tricolor - era mesmo irresistível!
Um cão em minha casa? Nem pensar!
Ou: só se for criado no quintal.
Ou: só se não entrar no quarto.
Ou: só se não subir na cama.
Samuel venceu todos esses limites.
E ainda abriu as portas para Oona e Rafa e Rocco e Laika e Zimmy e Aladim.
Passou a dormir aconchegado junto aos meus pés.
Virou um companheiro que parecia entender minhas alegrias e também minhas tristezas.
Era manhoso, mas muito mal-humorado.
Ameaçava morder sempre que contrariado.
Dava trabalho para comer.
Pedia desculpas, cabisbaixo, quando fazia algo errado.
Era Samuel. Ou Sami. Ou Muel. Ou Samão. Ou - até - Blambla. Além do nome, tinha muitos apelidos.
Dizer que ele me fez perder o medo dos cachorros é pouco.
Melhor dizer que ele me ensinou a amar os cachorros.
Samuel nos deixou nesta quinta-feira (20).
Tinha 11 anos e mais oito meses.
Era um cão idoso. Teve uma vida plena.
A sua morte trouxe de volta as lágrimas que o antidepressivo me roubara.
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