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COTIDIANO

Michael Jackson morreu há 10 anos. Legado resiste à ação do tempo

Publicado em 25/06/2019 às 6:33 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:35

Nesta terça-feira, 25 de junho, faz 10 anos que Michael Jackson morreu.

Ele tinha 50 anos e se preparava para voltar aos palcos com ingressos esgotados para muitas apresentações numa arena em Londres.

O Rei do Pop, como era chamado, teve uma parada cardiorrespiratória depois de tomar um anestésico para dormir, administrado por seu médico particular.

Nessa década que nos separa da sua morte, a vida privada do artista foi ainda mais exposta do que já era em seus últimos anos, mas a sua música tem resistido à ação do tempo, assim como os negócios dos que administram o seu legado.


				
					Michael Jackson morreu há 10 anos. Legado resiste à ação do tempo

“Tudo em Michael Jackson é feito de matéria pop: sua grande música, sua grande dança, sua vida mínima".

Quem disse, em 1993, foi Caetano Veloso. Na época, Michael Jackson ainda não enfrentava as dificuldades com que conviveu nos seus últimos anos. Dangerous não fora tão bem sucedido quanto Thriller ou Bad, mas mantinha o artista em evidência com sua música e não com a exposição da sua intimidade.

Se tomarmos como parâmetros a dimensão dos artistas, a surpresa e a repercussão na mídia, a morte de Michael Jackson é comparável a duas outras mortes das quais fui contemporâneo. A de Elvis Presley e a de John Lennon.

Parecido com Michael, Elvis foi encontrado morto em sua mansão depois de uma parada cardiorrespiratória. Diferente dos dois, Lennon foi morto a tiros por um fã quando voltava para casa.

A morte de Elvis Presley, em agosto de 1977, ocupou os principais espaços da mídia. O impacto inicial, o velório em Memphis, a descoberta de que o cantor usava drogas – tudo era notícia naqueles dias em que acompanhamos a cobertura pela televisão, jornais e revistas.

A morte de John Lennon, em dezembro de 1980, surpreendeu o mundo e transformou em fato sem importância a primeira visita do presidente eleito Ronald Reagan a Nova York. Todas as atenções se voltaram para o edifício Dakota, cenário do assassinato e, em seguida, da vigília dos fãs.

A morte de Michael Jackson, em junho de 2009, chegou pela Internet. Enquanto, na noite do dia 25, o Jornal Nacional dizia, em sua escalada, que o astro pop sofrera uma parada e estava num hospital em Los Angeles, um site americano dedicado a celebridades já dera a notícia.

A repercussão da sua morte foi ainda maior do que a de Elvis ou a de Lennon por causa da rede mundial de computadores cuja existência era coisa de ficção-científica tanto em 1977 quanto em 1980.

A música, síntese de elementos riquíssimos criados pelos negros americanos, e a dança fizeram de Michael Jackson o maior astro pop depois da geração de Elvis e da dos Beatles.

O menino que esbanjava talento nos tempos do Jackson 5, o adolescente que cantava baladas como Ben, o adulto recordista de vendas com Thriller – Michael Jackson arrebatou milhões de fãs, mas o sucesso não devolveu a felicidade que lhe foi roubada na infância.

Imagem

Silvio Osias

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