SILVIO OSIAS
APOLLO 11/50: A Águia pousou
Publicado em 18/07/2019 às 7:21 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:40
A ÁGUIA POUSOU
O presidente Kennedy fez a promessa de que, antes do término da década de 1960, os Estados Unidos poriam um homem na Lua.
Os soviéticos haviam surpreendido o mundo, partindo na frente dos americanos, quando, em 1957, inauguraram a era dos satélites artificiais e, em 1961, fizeram de Yuri Gagarin o primeiro homem a orbitar o nosso planeta.
Se a frase de Gagarin - “A Terra é azul” - abre a década de 1960, a de Neil Armstrong fecha.
“Um pequeno passo para o homem, um gigantesco salto para a humanidade”, foi o que ele disse ao pisar no solo lunar naquele domingo, 20 julho de 1969.
Em seguida, Edwin (Buzz) Aldrin juntou-se a ele.
Michael Collins, o terceiro astronauta da missão, permaneceu na nave Apollo.
Lembro bem daquele 20 de julho.
Ao entardecer, a Lua, em fase crescente, estava sobre nossas cabeças.
Aos 10 anos, vi ao vivo pela televisão.
Transmissão tão histórica quanto precária.
Imagem em preto e branco cheia de ruídos, áudio de péssima qualidade.
Todos os defeitos suplantados pela emoção de testemunhar aquele instante.
Uma outra frase entrou para a história: “A Águia pousou”.
Foi pronunciada no momento em que o módulo lunar fincou os pés na Lua.
O pequeno módulo levou Armstrong e Aldrin da nave Apollo 11 até o Mar da Tranquilidade, a área escolhida para a chegada dos desbravadores.
Nos anos 1960, todos estavam nas mãos de duas potências antagônicas, os Estados Unidos e a União Soviética. Elas investiram na corrida espacial e a transformaram num símbolo do seu poder.
A grande meta era a Lua.
A sua conquista sobrepôs uma nação à outra no tempo da Guerra Fria.
O projeto Apollo foi pensado para culminar com o que o mundo testemunhou em 20 de julho de 1969. Um voo anterior ao da Apollo 11 orbitou a Lua e fez belas fotografias da Terra vista de longe.
As ações dos americanos frequentavam a mídia com uma intensidade que fazia crer que eles chegariam à Lua antes dos soviéticos. Mas estes poderiam surpreender, garantiam na época os que torciam pelo bloco socialista.
No final, o incontestável pioneirismo foi dos Estados Unidos.
A União Soviética optou por uma operação menos dispendiosa e mais discreta do que os voos tripulados: enviou uma sonda para colher amostras do solo lunar.
A concretização do sonho do presidente Kennedy colocou os EUA na frente.
Neil Armstrong se transformou num herói americano.
Entrou para a história como o primeiro homem a pisar na Lua, um feito que vai além das disputas da época, dos confrontos da Guerra Fria.
Admirável que tenha conseguido uma vida discreta nos 43 que separaram o voo da Apollo 11 da sua morte em 2012.
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