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SILVIO OSIAS

Caetano recebe clarinete de Ivan Sacerdote em álbum de sutilezas

Publicado em 17/01/2020 às 0:32 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:38


				
					Caetano recebe clarinete de Ivan Sacerdote em álbum de sutilezas
Foto: divulgação

Caetano Veloso, 77 anos, é um mestre da música popular brasileira que dispensa qualquer apresentação.

Ivan Sacerdote, 32 anos, nascido no Rio de Janeiro e radicado na Bahia, é um jovem clarinetista em atividade na cena musical contemporânea de Salvador.

Os dois estão juntos num disco lançado nesta quinta-feira (16) nas plataformas digitais.

Chama-se Caetano Veloso & Ivan Sacerdote.

Quando penso na presença do clarinete na música do Brasil, lembro de Abel Ferreira, Severino Araújo e Paulo Moura.

Abel, vinculado principalmente à tradição do choro.

Severino, ao choro, ao frevo pernambucano e, na condição de grande band leader, ao jazz.

Em Paulo, há Abel, há Severino e há a modernidade da música brasileira que veio depois da Bossa Nova.

Ao puxar Ivan Sacerdote para o seu lado, Caetano Veloso dá novo protagonismo ao instrumento e nos apresenta a um notável músico.

Os sons do clarinete de Ivan, no diálogo com a voz e o violão de Caetano, revelam intimidade com o choro, o samba, o jazz e traz ainda algo do instrumentista de formação acadêmica.

Caetano e Ivan tocavam em casa, informalmente. A ideia de levá-los para o estúdio veio da sensibilidade de Paula Lavigne.

O disco foi gravado em Salvador e em Nova York. Transpõe para o estúdio a espontaneidade de quando eles apenas "faziam som" (não era assim que a gente dizia muitos anos atrás?).

Só que imaginem vocês a qualidade desses dois "fazendo som"!

São nove faixas. Caetano canta em todas e toca violão em oito. Cézar mendes toca violão em uma. Mosquito canta e toca cavaquinho em duas. Ivan põe os sons do seu clarinete em todas elas.

É um disco de grandes sutilezas. Quando não faz improvisações jazzísticas, o clarinete comenta as canções de Caetano, suas linhas melódicas, suas harmonias.

No repertório, há uma bela e melancólica canção que Caetano nunca havia gravado (Você Não Gosta de Mim). Onde o Rio É Mais Baiano e Desde que o Samba É Samba, adornadas pela voz e o cavaquinho de Mosquito, expande os laços que o autor enxerga entre a Bahia e o Rio quando o assunto é o samba. O Ciúme e Peter Gast são duas canções extraordinárias do Caetano dos anos 1980. Trilhos Urbanos é a música mais antiga do disco. Está originalmente em Cinema Transcendental, de 1979. Aquele Frevo Axé, Minha Voz, Minha Vida e Manhatã completam o repertório.

Caetano Veloso & Ivan Sacerdote soa como uma pequena (e nada óbvia) antologia. Canções que não são novas, mas renovadas pela juventude do convidado de Caetano.

Ao dividir um álbum inteiro com Ivan Sacerdote, Caetano Veloso reafirma, mais uma vez, sua atenção permanente aos que vieram depois dele.

Imagem ilustrativa da imagem Caetano recebe clarinete de Ivan Sacerdote em álbum de sutilezas

Silvio Osias

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