SILVIO OSIAS
Rolling Stones fizeram show pela primeira vez no Brasil há 25 anos
Publicado em 27/01/2020 às 6:12 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:38
Meninos e meninas, eu estava lá!
No dia 27 de janeiro de 1995 (portanto, há 25 anos), os Rolling Stones se apresentaram pela primeira vez no Brasil.
Era uma sexta-feira.
No Estádio do Pacaembu, em São Paulo, começava mais uma edição do Hollywood Rock.
Quatro atrações: Barão Vermelho, Rita Lee, a banda americana Spin Doctors e os Rolling Stones.
No final da tarde, o Barão Vermelho estava no palco quando uma tempestade tropical típica dos verões paulistanos caiu sobre a cidade.
O grupo liderado por Frejat não terminou o show, Rita Lee não pôde se apresentar, e o Spin Doctors tocou bem mais tarde, ainda sob forte chuva.
Mesmo que impaciente e debaixo d'água, o público de 50 mil pessoas esperou pelo melhor da noite.
Lá pelas 11 horas, chovia fino quando a enorme cobra colocada sobre o palco cuspiu fogo (literalmente!), e Mick Jagger entrou cantando Not Fade Away. A este número, seguiu-se Tumbling Dice.
Voodoo Lounge era um longo show de 150 minutos.
Naquele tempo, eles ainda tocavam ao vivo muitas músicas do disco mais recente (o homônimo Voodoo Lounge, lançado em 1994).
A estas, juntavam um ou outro B side e os clássicos obrigatórios em qualquer apresentação da banda (Satisfaction, Jumping Jack Flash, Honk Tonk Women, Sympathy for the Devil, Brown Sugar, Miss You, Start MeUp).
Na turnê 1994/1995, os Stones passaram a ser um quarteto (Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts, Ronnie Wood). O contrabaixista Bill Wyman, da formação original, saíra depois da excursão anterior, de 1989/1990.
Mas havia os músicos convidados. Entre estes, o "maestro" Chuck Leavell (ex-Allmann Brothers) nos teclados, o contrabaixista Darryl Jones (ex-Miles Davis), o lendário saxofonista Bobby Keys (quase um Stone) e a cantora Lisa Fischer, que fazia os vocais de apoio e, em um número (Gimme Shelter, geralmente, mas podia ser Monkey Man), dividia o protagonismo com Jagger.
Ver os Rolling Stones ao vivo é uma experiência avassaladora.
Não fazem mais grandes discos autorais de estúdio, mas, no palco, tocando rock & roll, são imbatíveis.
Faz tempo, aliás, que desvendaram e dominaram todos os segredos do palco.
Se pensarmos na figura do front man, no mundo da música popular, encontraremos poucos tão admiráveis quanto Mick Jagger. Nada se compara também à dupla que forma com Keith Richards. Na vida, nos discos, nos palcos, um parece sempre o oposto do outro.
A música simples, mas poderosa, que produzem sai do estúdio para ser amplificada nos concertos assistidos por multidões, ganhando o adorno dos melhores recursos técnicos (som, luz, telões de última geração).
Foi o que se viu deles em sua estreia brasileira, em cinco datas da turnê Voodoo Lounge, três em São Paulo (Pacaembu, 27, 28 e 30 de janeiro), duas no Rio (Maracanã, 03 e 04 de fevereiro).
Os Rolling Stones demoraram muito a tocar no Brasil.
Depois do Voodoo Lounge, vieram mais três vezes. Em 1998, em 2006 e em 2016.
Será que ainda voltarão?
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