COTIDIANO
Irmãos também são suspeitos de lavagem de dinheiro
Polícia Civil investiga patrimônio de supostos mentores de estupros e mortes em Queimadas.
Publicado em 18/02/2012 às 12:16
A origem do patrimônio dos irmãos Eduardo dos Santos Pereira, de 28 anos, e Luciano dos Santos Pereira, de 22 anos, acusados de serem os mentores e principais executores do ‘estupro coletivo’ e da morte de duas mulheres na cidade de Queimadas, no Agreste paraibano, no último fim de semana, tem intrigado a Polícia Civil da Paraíba. No entanto, os agentes investigam a suposta lavagem de dinheiro realizada pelos acusados, que pode ter relação com atividades criminosas e com o tráfico de drogas no Rio de Janeiro.
Segundo a polícia, nos últimos meses os irmãos teriam comprado com dinheiro em espécie uma motocicleta Honda CB 600, de placa OFB-2210, por R$ 50 mil, em uma loja especializada em Campina Grande. No mesmo período, eles também adquiriram por R$ 2 mil um capacete sofisticado e também compraram cavalos de raça, no valor de R$ 18 mil. O montante, R$ 70 mil, é incompatível com a renda e com as atividades desempenhadas pelos acusados, de acordo com as investigações da polícia.
“Eles afirmaram que eram sustentados pelo pai, e que receberiam uma mesada de R$ 1,5 mil por mês. Então como pode alguém receber R$ 1,5 mil por mês, manter um padrão de vida elevado, com festas, bebidas caras e churrascos, manter carros de luxo, e ainda ter dinheiro em espécie para comprar esse tipo de bem?”, questiona o delegado regional de Campina Grande, André Rabello, acrescentando que acredita na existência de relações entre a dupla e o tráfico de drogas da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.
Uma das linhas de investigação da polícia paraibana é a possível ligação dos irmãos com um dos maiores traficantes do país, o carioca Antônio Francisco Bonfim Lopes, o ‘Nem da Rocinha’, cuja família também teria raízes na região de Queimadas e que por muitos anos comandou o tráfico de drogas na favela.
É que segundo a polícia, o pai de Eduardo e Luciano Santos moraria na favela e os dois tinham retornado à Paraíba há cerca de nove meses, período semelhante a uma possível passagem do traficante carioca na Paraíba, que também está sendo levantada em conjunto pelas polícias Civil da Paraíba e do Rio de Janeiro.
Os dois irmãos teriam tramado o crime 15 dias antes da tragédia. O objetivo, segundo a polícia, seria abusar sexualmente da professora Isabela Jussara Frazão Monteiro, 27 anos, e de outras mulheres, convidadas para a festa de aniversário de Luciano.
A professora e a recepcionista Michele Domingos, 29 anos, foram mortas a tiros por Eduardo, ao identificarem o acusado durante os abusos sexuais. Nos depoimentos à polícia, os demais comparsas presos relataram que foi Eduardo que teria colocado as duas vítimas na carroceria de um veículo para executá-las.
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