SILVIO OSIAS
A educação está horrível. Sim. E Bolsonaro faz a parte dele
Publicado em 03/07/2020 às 9:43 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:35
Leonel Brizola e Darcy Ribeiro.
Não conheço outros políticos que tenham se preocupado tanto com a educação no Brasil.
Eles enxergavam que, sem educação, não haveria um grande futuro para o nosso processo civilizatório.
É óbvio, mas a compreensão dessa obviedade não é uma unanimidade.
No final do filme Legalidade, o velho Brizola lamenta não ter conseguido, porque não lhe foi permitido, fazer o que desejava com as nossas crianças.
Nesta quinta-feira (02), uma frase amplamente noticiada chamou minha atenção: "A educação está horrível".
Quem disse não foi um político da oposição.
Não foi ninguém da esquerda. Nem do PT. Não foi nenhum discípulo de Paulo Freire.
Não. Quem disse foi o próprio presidente Jair Bolsonaro.
Não é de hoje que a educação é um dos problemas cruciais do Brasil.
Isso vem de muito longe.
Não seria justo ignorar esforços que os governos fizeram.
Não seria correto deixar de reconhecer que houve avanços significativos.
Mas é inaceitável que o reconhecimento de que a educação no Brasil está horrível venha do presidente da República.
Porque é como se não lhe coubesse culpa alguma.
Ora, Bolsonaro está no cargo há 18 meses. Logo, logo estará na metade do seu mandato. E ele fala como se não lhe pudesse ser atribuída nenhuma responsabilidade.
Sob Bolsonaro, a educação no Brasil está ainda pior. Talvez como nunca.
Os três ministros que passaram pelo MEC e as circunstâncias em que isso se deu falam mais alto.
As crianças e os jovens do Brasil seguem à deriva.
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