POLÍTICA
Biden é o candidato democrata. Que venha para derrotar Trump
Publicado em 19/08/2020 às 7:14 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:55
Joe Biden é o candidato do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos.
Kamala Harris, uma senadora negra, é sua vice.
Ele é velho, ele é isso, ele é aquilo. Não importa mais. Os americanos são muito mais pragmáticos do que nós. Ele é o candidato e ponto final.
Biden, 77 anos, por dois mandatos vice de Obama, é o homem que pode tirar a reeleição de Donald Trump. É o que há de sumamente importante em sua candidatura.
Em 2016, na vitória de Trump, lembrei muito da eleição de Ronald Reagan, em 1980. Reagan era temido por ser um ultraconservador e uma espécie de estranho no ninho da política, um canastrão de Hollywood que queria virar presidente.
Mas não era exatamente assim. Quando chegou à presidência, derrotando o democrata Jimmy Carter, Reagan não era mais um ator. E já governara por duas vezes o estado da Califórnia. Durante seus dois governos na Casa Branca, não aconteceu nada do que não estava previsto, nem dentro dos Estados Unidos, nem no diálogo com o mundo.
Trump, sim, chegou encarnando tudo (e muito mais) o que, equivocadamente, se temia em Reagan. A vitória do não político, as ideias mais extremadas, o enfrentamento ao poder estabelecido.
O que surpreendeu na eleição de Trump foi a ruptura que ela representou.
Democratas de um lado. Uns mais progressistas, outros menos. Republicanos do outro. Uns mais conservadores, outros menos. Mas todos jogando de acordo com as regras há muito estabelecidas na mais longeva democracia do nosso mundo.
Com Trump foi diferente. Algo se quebrou, está se quebrando - como na letra daquela canção sobre os americanos.
Em 2015, um ano antes da sua eleição, ninguém acreditava que ele resistiria à pré campanha. Resistiu, se fez candidato. Contra o próprio partido. Contra a mídia. Pondo por terra os institutos de pesquisa. Enfrentando o establishment.
Em cada eleição americana, há uma espécie de consenso em torno de algo que é muito maior do que um processo específico que culminará com a escolha de quem vai governar o país pelos próximos quatro (ou oito) anos. Digamos que há um conjunto de forças subjetivas que asseguram, vença quem vencer, a manutenção dos valores permanentes da democracia americana.
O Trump da campanha ameaçou a sobrevivência dessas forças. Felizmente, não é fácil sobrepor-se a elas.
O homem agora é Joe Biden. Pragmaticamente, não há outro.
A América precisa se desfazer de Trump!
O mundo precisa se livrar de Trump!
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