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POLÍTICA

O "encher tua boca na porrada" de Jair é pior do que o "prendo e arrebento" de João

Publicado em 24/08/2020 às 5:38 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:55

"Quem quiser que não abra, eu prendo e arrebento".

A frase é de João Figueiredo, o último dos cinco generais presidentes da ditadura.

Por dois motivos, é menos absurda do que pode parecer.

Primeiro porque não tinha ninguém como ameaçado. Depois porque foi o jeito que ele, em sua natural rispidez,  encontrou de dizer que a abertura política, que faria a transição para o regime democrático, seria mantida de qualquer maneira.

Há quem diga que Jair Bolsonaro tem método. É possível que sim.

Há quem diga que o presidente é capaz de ouvir alguém e, se lhe for conveniente, adotar até o modo "paz e amor". Pode ser que sim.

Mas o verdadeiro Bolsonaro, aquele que levou o general Geisel a chamá-lo de mau militar ou aquele que defendeu as piores coisas nas quase três décadas em que foi deputado federal, este sempre reaparece e faz como vimos neste domingo (23).

O repórter de O Globo quis saber sobre os cheques de Fabrício Queiroz e sua mulher à primeira-dama Michelle.

O presidente respondeu: "Minha vontade é encher tua boca na porrada".

No Brasil em que muitos banalizam as 115 mil mortes da pandemia do novo coronavírus, o "minha vontade é encher tua boca na porrada" também será incorporado ao conjunto de banalizações com as quais passamos a conviver.

Mas não é banal. Nem normal.

Na melhor das hipóteses, demonstra, cabalmente, a dificuldade que o presidente tem de entender a dimensão do cargo para o qual foi escolhido por quase 58 milhões de brasileiros.

O melancólico é que nem ele se torna capaz de adquirir esta compreensão nem há como detê-lo nos seus impulsos mais primitivos.

Há momentos em que se consolida a crença de que não terminará o mandato.

Com a ausência de projeto do campo progressista, há outros momentos em que a tese da reeleição se robustece.

Por enquanto, temos mais dois anos e quatro meses pela frente.

Ou dois anos e quatro meses + quatro anos.

Um dia, alguém explicará direito o que leva um povo a colocar um homem como Jair Bolsonaro na presidência da República.

Imagem

Silvio Osias

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