POLÍTICA
Discurso de direita foi o que fez de Rachel Sheherazade um nome nacional da televisão
Publicado em 10/09/2020 às 5:50 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:54
Leio que Rachel Sheherazade está saindo do SBT.
Leio também que já foi comunicada da decisão da emissora de Sílvio Santos de não renovar seu contrato.
Especula-se tanto que o salário é alto e incompatível com a realidade atual quanto que o desligamento passa pelas críticas da apresentadora ao presidente Jair Bolsonaro.
Creio que fui o primeiro - ou um dos primeiros - a fazer um teste de reportagem com Rachel.
Gostei bastante do resultado, mas, à época, a TV Cabo Branco (afiliada da Globo em João Pessoa) não quis contratá-la.
Só o fez mais tarde, quando ela já comprovara seu talento como repórter da TV Correio (afiliada da Record).
Da Cabo Branco, com um convite considerado irrecusável, foi para a TV Tambaú (afiliada do SBT).
Parece coisa do destino: Sílvio Santos tomou conhecimento da existência de Rachel ao vê-la fazendo um comentário moralista sobre o carnaval. Não teve dúvidas: levou a moça para a bancada do Jornal do SBT.
Rachel Sheherazade tem talento e beleza, mas acredito que o que de fato a transformou num nome nacional da televisão foi o discurso de direita, o reacionarismo dos comentários que fazia no telejornal.
Seu discurso foi difundido num momento em que a direita brasileira botava as unhas de fora.
Preparava-se o ambiente que, mais na frente, levaria Bolsonaro à presidência, e Rachel - queiram ou não - fez a sua parte.
As teses que defendeu coincidem com ideias do grupo de ultradireita que hoje governa o Brasil, mas a apresentadora mudou o discurso.
Como Reinaldo Azevedo, outro jornalista de direita, ela está contra Bolsonaro. Com a diferença de que não tem a experiência nem o conhecimento que Reinaldo ostenta.
Nunca tive ilusões com o direitismo de Rachel Sheherazade.
Nem vou ter agora que ela bate em Bolsonaro.
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