SILVIO OSIAS
Em resposta à queixa pública de Nonato Guedes, digo que ele é o melhor jornalista da minha geração
Publicado em 18/09/2020 às 18:21 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:54
No post anterior, por causa dos 70 anos da televisão brasileira, listei 70 lembranças muito pessoais.
Lembranças mais do telespectador do que do profissional que dedicou 25 anos ao veículo.
Para não cometer injustiças, não mencionei nomes da televisão local.
Nonato Guedes fez uma queixa pública no Facebook porque não citei a pioneira transmissão ao vivo da posse do governador Ronaldo Cunha Lima, conduzida por ele e pela repórter Nelma Figueiredo.
"Uma pena que o fato histórico tenha passado em branco na memória do meu amigo e meu ex-editor Sílvio Osias", disse Nonato.
Nonato também postou no Face: "É inútil tentar 'cancelar' a História!".
Para que ninguém tenha dúvidas: considero Nonato Guedes o melhor jornalista paraibano da minha geração.
E transcrevo texto que fiz nos seus 60 anos, em 2018.
Trabalhamos juntos nos primeiros anos da TV Cabo Branco.
Eu chefiava a redação e editava o jornal da noite.
Ele era, na casa, o principal nome da política.
Apresentação (do Bom Dia PB, depois do Paraíba Meio Dia), entrevistas, comentários, análise de pesquisas eleitorais, mediação de debates, coberturas históricas (a posse de Ronaldo Cunha Lima, nossa primeira transmissão ao vivo).
Tudo isso era com Nonato.
E tudo o que fazia vinha com um selo de qualidade a garantir o conteúdo que colocávamos no ar.
Nonato Guedes é do time dos jornalistas que primam pela informação correta, pela análise equilibrada, pela ética na profissão, pela busca permanente do conhecimento, por um exercício diferenciadíssimo desse nosso ofício tão carente de grandes quadros como ele.
Tê-lo por perto enriquecia o ambiente em que trabalhávamos.
Numa campanha política, então, sua presença era imprescindível.
Estou falando de televisão porque foi onde estivemos juntos.
Mas Nonato brilhou também no rádio e sobretudo no impresso.
O colunismo político feito na Paraíba tem nele um dos seus pontos altos.
O pensamento lúcido traduzido em texto impecável. Vou resumir assim.
É o que ele sempre ofereceu aos seus leitores e permanece oferecendo, agora no jornalismo online.
Jornalismo político não é a minha praia, mas, se tenho algum discernimento nessa editoria, devo muito à convivência e ao que aprendi com Nonato Guedes.
Já disse certa vez e vou repetir: eu chefiava a redação, mas o professor era ele.
Comentários