SILVIO OSIAS
Laís Bodansky atrapalhou mais do que ajudou na live dos 75 anos de Gal Costa
Publicado em 27/09/2020 às 9:44 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:54
Roberto Carlos foi o primeiro a fazer live no dia do seu aniversário (19 de abril).
Gilberto Gil (26 de junho) e Caetano Veloso (07 de agosto) também fizeram.
Neste sábado, 26 de setembro, foi a vez de Gal Costa, que festejou 75 anos.
A direção foi entregue a Laís Bodansky, a cineasta do sensível As Melhores Coisas do Mundo.
No início, pensei que Laís faria algo diferenciado e muito bom.
A luz não era comum. Nem os enquadramentos e movimentos de câmera.
O ambiente escuro e enfumaçado. Tudo era a assinatura da diretora.
Mas havia 90 minutos pela frente, e as coisas não se mostraram eficientes.
O incomum virou defeito.
A informalidade pretendida engessou o show.
O que parecia conter alguma originalidade se transformou em amadorismo.
Como espetáculo que a gente vê em casa, nas nossas telas, nesses tempos estranhos de pandemia, a live de Gal não esteve à altura da artista.
Laís Bodansky complicou o que podia ser muito simples.
A aniversariante não parecia à vontade no palco e nos espaços que percorreu na Casa de Francisca, região central de São Paulo.
Também não estava na sua melhor performance vocal, mas, mesmo assim, ofereceu um irresistível set list de clássicos de sua carreira.
Cantou Caetano, Gil, Chico, Tom, Caymmi, Jorge Ben, Macalé.
Cantou o que a gente queria ouvir.
Viu/ouviu mensagens dos amigos projetadas na parede de um prédio vizinho.
Ouviu a voz de Bethânia, que mandou um áudio para a produção.
Ficou emocionada, chorou um pouco.
Fez crítica contundente ao governo em relação ao meio ambiente, antes de cantar Luz do Sol.
Gal Costa disse que cantar é um bálsamo.
Ouvir a sua voz também é.
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