Está na hora de juntar Sarney, Collor, FHC, Lula, Dilma, Temer! Vocês não acham que sim?

Os Estados Unidos têm coisas horríveis.

O racismo é uma delas. Uma mácula profunda que nunca é superada.

Mas também têm coisas admiráveis.

Vejam algo recente, de dias atrás, exemplo para o mundo.

Três ex-presidentes se ofereceram para tomar em público a vacina contra o novo coronavírus.

O democrata Bill Clinton (74anos), o republicano George W. Bush (74) e o democrata Barack Obama (59).

Faltou o democrata Jimmy Carter, o presidente dos direitos humanos, mas ele tem 96 anos e enfrenta problemas de saúde.

A atitude deles é lição eloquente de respeito à democracia, às instituições, à cidadania.

Uma significativa convocação para que o povo americano não deixe de se vacinar contra a Covid-19.

E nós?

Bem, pra começar, nós temos um presidente que o tempo todo parece ser contra a vacina.

Se der errado, não digam que não avisei. Ou não me responsabilizem - diz coisas que se aproximam disso, quando o Brasil já tem mais de 175 mil mortos e já contabiliza mais de seis milhões e meio de contaminados.

Por outro lado, não vemos ainda um grande esforço dos políticos rumo à conscientização das pessoas.

Há Doria, em São Paulo, mas muitas das suas ações são pautadas pela briga política dele com o presidente Bolsonaro.

E os ex-presidentes?

Temos seis vivos.

Não é tempo de juntá-los pela vacina, pela luta contra a pandemia do novo coronavírus?

Já pensaram?

Sarney (90 anos), Collor (71), FHC (89), Lula (75), Dilma (72), Temer (80).

Esquerda? Direita?

A que partidos pertencem?

Não se suportam?

São inimigos, muito mais do que adversários?

Não importa. Não deveria importar.

Vivemos um momento dramático cuja real dimensão está longe de ser percebida pelos milhões de devotos do presidente da República.

Temos um governo que já deu todas as demonstrações de que trata a pandemia de forma irresponsável.

Os números da Covid voltaram a aumentar, os hospitais estão cheios, as pessoas continuam aglomeradas, nas praias, nos bares, nas lojas, muitas sem máscaras, e não há sinais objetivos sobre quando de fato teremos a vacina nem sobre como ela chegará à população.

A tragédia com a qual convivemos desde março dá sinais de que pode ser ainda maior.

Um gesto dos nossos ex-presidentes teria extraordinária força simbólica. Como tem nos Estados Unidos.

Aqui, a partir da redemocratização, temos seis vivos. Só perdemos Itamar.

Vê-los juntos pela vacinação em massa seria incrível.

Talvez nos dissesse alguma coisa nesse país tão dividido.

Então? Por que não?

Sarney, Collor, FHC, Lula, Dilma, Temer, ex-presidentes do Brasil, ponham as diferenças de lado e uni-vos, que já passa da hora!