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SILVIO OSIAS

Zélia Duncan faz 40 anos de carreira e comemora "em tempos onde a cultura é tão maltratada"

Publicado em 03/02/2021 às 11:19 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:53

Zélia Duncan está comemorando 40 anos de carreira agora em 2021.

A comemoração começa com o lançamento do álbum Minha Voz Fica, que estará nas plataformas digitais nesta sexta-feira (05).

O trabalho é todo dedicado à compositora Alzira E (Foto: Pedro Colombo/divulgação).

Publico o texto que Zélia escreveu sobre o álbum:


				
					Zélia Duncan faz 40 anos de carreira e comemora "em tempos onde a cultura é tão maltratada"

MINHA VOZ FICA

por Zélia Duncan

Não gosto de fazer nada por fazer, quando o assunto é música. Gravar então, nem se fala. Aprendi a ter muito cuidado com o que vou levar pra casa e um álbum, quem leva mesmo pra casa, é o artista que imprimiu sua voz e suas ideias dentro dele.

Alzira E é paixão pros meus ouvidos faz tempo. Essa é sempre a primeira razão que me leva a debruçar sobre algum tema, a paixão.  E tenho feito coisas muito diferentes ao longo desses 40 anos de carreira, que contabilizo nesse 2021.

Já gravei Alzira antes, no meu DVD, “Pré Pós Tudo Bossa Band”, a inédita dela com Arruda, “Chega Disso”. Gravei “Kitchnet”, também deles dois, no álbum “Amigo é Casa”, que fiz com a cantora Simone. E tive ainda a grande honra de, pelo meu pequeno selo Duncan Discos, produzir o lindo “Para Elas”, de Alzira e Alice Ruiz, e lançar o impecável ”Alzira E e Arruda”. Sua obra sempre esteve na minha lista de desejos. E eu também já tinha combinado com Pedro Franco, que iríamos fazer uma dupla por aí, um dia, antes da pandemia. Já tinha até mostrado Alzira pra ele, um músico tão jovem, que já sabe tanto sobre tocar. Portanto, este álbum que hoje temos nas mãos, é fruto de dois sonhos que consegui juntar. Cantar Alzira e cantar com Pedro. A realidade superou o sonho, porque cantei Alzira com Pedro!

Marcio Debellian, com seus olhos que brilham diante da possibilidade de realizar, me procurou, para falar do projeto “Jóia ao Vivo”, que estava executando em associação com Dj Zé Pedro, dono do selo Joia Moderna. O projeto prevê encontros. Poucos dias, uma sala ótima, mas teríamos mesmo que gravar ao vivo, dentro do estúdio. Confesso que há vários anos venho gravando assim, com banda, dentro do estúdio e valendo, juntos ao máximo. Isso tem uma adrenalina diferente. O processo com Pedro foi muito intenso e rápido, pois temos uma relação de confiança profunda, embora nunca tivéssemos gravado juntos antes, muito menos assim. E só tínhamos essa opção. Juntos e literalmente misturados, pois minha voz vaza no microfone dele e vice-versa. Não se conserta nada depois, sem o outro repetir também. Tudo meio perigoso, do jeitinho que eu gosto. Um repertório forte e desconhecido, um estúdio pequeno, um super músico, letras sublimes e só dois instrumentos, a voz e o violão. Depois Pedro acrescentou bandolim em algumas faixas, baixo e violino. Detalhes apenas. A espinha e o coração do disco somos nós dois, à vera, respirando juntos. Combinávamos as estruturas, mas nem sempre os finais. Pedro é um músico muito imprevisível, no melhor sentido. E eu sou meio viciada no risco. Pedro te dá segurança, mas é a segurança de que vai voltar pra te buscar, não a segurança de que você nunca vai se perder. Mas sempre nos avistando e nos divertindo com o acerto não combinado, com o caminho imprevisto e justo, com a emoção simples.

As composições de Alzira não são só as palavras cantadas, são também riffs irresistíveis e Pedro deitou, rolou e se inspirou neles, para criar muitos lugares de encontros nossos com ela. Desde o começo eu dizia que na obra de Alzira tudo era especial, inclusive seus discos e arranjos. Precisávamos ir à essência da composição e sermos nós, a partir dela. É o que tentamos o tempo todo, com paixão.

Tivemos as condições e o clima perfeitos, dentro da imperfeição que andamos vivendo e do que é ser artista no Brasil e no Rio, em tempos onde a cultura é tão maltratada. Vivemos dias amorosos, rodeados de uma mini equipe, cheios de protocolos pra chegar e sair, mas lidando com o que fizemos a vida inteira, música e canto. Fizemos uma pequena usina de energias amorosas, sabíamos que era um grande privilégio, em meio a tanta escuridão, estarmos ali, dando a luz.

Entre os acertos, termos Ana Costa como nossa produtora, foi dos maiores. Amiga, parceira, ouvido cada vez mais refinado, marcou presença discreta, suave e fundamental.

O engenheiro de som, Leonardo Moreira teve a sensibilidade e a experiência de que precisávamos. Gravou e mixou.

O repertório, quase todo, já foi gravado por Alzira. As inéditas são “O Que Me Levanta A Saia”, com Alice Ruiz, “Solidão”, com Lucina, “Fica”, onde assino a letra, e “Sonhei”, dela com Arruda.

Comecei a cantar em 1981. Abro o ano de comemorações dos meus 40 de profissão com este trabalho, que se chama “Minha Voz Fica”!. Em 81, aos 16, tudo que eu queria era gravar um disco… um dia.

Imagem ilustrativa da imagem Zélia Duncan faz 40 anos de carreira e comemora "em tempos onde a cultura é tão maltratada"

Silvio Osias

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