SILVIO OSIAS
Astor Piazzolla, o homem que reinventou o tango, nasceu há 100 anos
Publicado em 11/03/2021 às 7:52 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:53
Nesta quinta-feira (11), faz 100 anos que Astor Piazzolla nasceu em Mar del Plata, na Argentina.
Quando morreu, em julho de 1992, tinha 71 anos.
Uma vez, numa conversa com José Alberto Kaplan, ouvi do compositor, pianista e maestro argentino as impressões dele sobre as conexões possíveis entre três compositores do século XX:
George Gershwin, Antônio Carlos Jobim e Astor Piazzolla.
Gershwin, em Nova York, por levar a música negra americana (o jazz, o blues) para o terreno erudito.
Jobim, no Rio de Janeiro, por formular uma versão sofisticada do samba e também pelo desejo de ser um erudito.
E Piazzolla, em Buenos Aires, por reinventar o tango e, talvez com melhores resultados do que o brasileiro, também dialogar com a música erudita.
Astor Piazzolla nasceu em Mar del Plata, mas, ainda criança, foi morar nos Estados Unidos.
Foi lá que começou seus estudos musicais.
Era um gigante compondo e tocando seu bandoneon.
Mas foi grande, sobretudo, ao transformar um gênero popular do seu país e, reinventando-o, oferecer ao mundo um produto musical de altíssima qualidade.
Piazzolla transitava ali numa zona de fronteira entre o popular e o erudito.
Meu primeiro contato com a sua música, no início dos anos 1970, foi através do disco Música Popular Contemporanea de la Ciudad de Buenos Aires. Desse álbum, Arnaldo Jabor tirou uma peça (Zum) para o filme Toda Nudez Será Castigada.
Ainda alcancei o tempo em que Piazzolla era criticado por ter mexido no tango.
Hoje, nos 100 anos do seu nascimento, felizmente isso é coisa do passado.
Adios Nonino é uma das suas músicas mais populares e também mais belas.
Hermeto Pascoal me disse que podia muito bem ser um frevo e explicou como seria.
Mas fiquemos com a concepção do autor.
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