SILVIO OSIAS
Filho 03 do presidente Bolsonaro misturou a seringa da vida com o fuzil da morte
Publicado em 15/03/2021 às 6:26 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:53
Cresci com a consciência de que o cientista judeu polonês Albert Sabin era um benfeitor da humanidade.
Com reverência, prestava atenção às aparições dele na televisão, sobretudo a partir de 1972, quando casou com uma brasileira e muitas vezes visitou o Brasil.
Dr. Sabin desenvolveu a vacina contra a paralisia infantil - ou poliomielite -, essa da gotinha, que a gente conhece tão bem.
Ainda tenho uma lembrança remota do dia em que fui levado por minha mãe ao Grupo Escolar Santo Antônio, perto da nossa casa, para tomar a Vacina Sabin, como era chamada naquela época, primeira metade da década de 1960.
Albert Sabin morreu em 1993, ano em que o Brasil já realizava grandes campanhas de vacinação contra a pólio.
Há poucos dias, vimos o ex-presidente Lula perguntar pelo Zé Gotinha, essa figura simpática criada para atrair as crianças nas campanhas de vacinação.
Lula foi muito feliz ao dizer que Zé Gotinha é apartidário. Porque, de fato, é.
O personagem atravessou vários governos, desde os tempos de Sarney.
"Ele pertence ao povo" - disse Darlan Rosa, seu criador.
Na imagem que usei para abrir esse post, ele aparece com a marca do SUS no peito.
Na que se segue, está como numa postagem do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro.
Sob o pretexto de divulgar a mensagem "minha arma é a vacina" - agora é? -, o filho 03 do presidente misturou a seringa da vida com o fuzil da morte.
Bem ao gosto da família Bolsonaro.
A manipulação da imagem do Zé Gotinha - que alguém, com propriedade, chamou de Zé Milicianinho - retira o que há de positivo nele.
É agressiva e deseduca as crianças.
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