POLÍTICA
Bolsonaro fala à Nação sobre a pandemia e é desmentido pela realidade
Publicado em 24/03/2021 às 7:03 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:52
Sempre achei Jair Bolsonaro verdadeiro, desde que era deputado federal.
Um homem sincero quando defendia a ditadura.
Um homem sincero quando defendia a tortura.
Um homem sincero quando enaltecia a figura do torturador Ustra.
Um homem sincero quando atacava mulheres, negros, gays.
Um homem sincero quando dizia que era preciso matar uns 30 mil brasileiros.
Na presidência, continua verdadeiro.
Sim. Bolsonaro permanece verdadeiro quando é Bolsonaro.
Quando sabota as ações de combate à pandemia do novo coronavírus, Bolsonaro está sendo Bolsonaro, o mesmo que conhecemos quando era um inexpressivo membro do baixo clero da Câmara dos Deputados.
Nesta terça-feira (23), o presidente foi à televisão dizer aos brasileiros o que o seu governo está fazendo no enfrentamento da Covid-19.
Aí, não era Bolsonaro.
Era um presidente fictício de um país fantasioso.
Ficção, fantasia. Melhor do que dizer que o presidente eleito por quase 58 milhões de brasileiros mente.
Simples assim.
Bolsonaro falou por uns quatro minutos, enquanto o som das panelas ecoava por muitas cidades.
Até defender a vacina, ele defendeu.
E se mostrou otimista em relação ao ano de 2021, cujo primeiro trimestre praticamente já foi embora sem que enxergássemos a tal luz no fim do túnel. Nem na saúde nem na economia.
Após o pronunciamento, vi a escalada e o primeiro bloco do Jornal Nacional.
O Brasil ultrapassou a marca dos três mil mortos por Covid em 24 horas no mesmo dia do pronunciamento de Bolsonaro. Logo chegará às 300 mil vidas perdidas.
A realidade desmente o presidente.
Tomei um ansiolítico e fui dormir.
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