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SILVIO OSIAS

RC80/Roberto Carlos não é burro. Ele é de direita, mas, no Brasil de Bolsonaro, está do lado da ciência

Publicado em 15/04/2021 às 5:12 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:52


				
					RC80/Roberto Carlos não é burro. Ele é de direita, mas, no Brasil de Bolsonaro, está do lado da ciência

Roberto Carlos, que faz 80 anos na próxima segunda-feira (19), é de direita.

Alguma dúvida?

Eu nunca tive.

A despeito disso, visitou Caetano Veloso no exílio londrino.

E fez mais: gravou o Caetano de Como Dois e Dois, de forte conteúdo político, e homenageou o amigo com a canção Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos.

Mas o Rei era um artista que agradava à ditadura. Não que ele fizesse uma defesa explícita dos governos de exceção. Não. Isso ele não fazia. Mas porque havia o entendimento de que o seu silêncio e a sua omissão ajudavam a afastar os jovens da contestação ao regime.

Roberto Carlos é de direita - reafirmo.

Isso, porém, não tem qualquer importância se pensarmos na sua dimensão enquanto artista.

Ele é tão grande, tão imprescindível, que apenas isso importa.

Ora, porque, então, essa conversa sobre o fato de Roberto Carlos ser de direita?

Explico.

Por causa dos seus 80 anos, o Rei andou dando umas entrevistas (coisa rara nele), e um dos temas que abordou foi a pandemia do novo coronavírus.

O seu discurso é o oposto do que diz o presidente Jair Bolsonaro.

Roberto Carlos fez uma defesa explícita e incisiva da ciência, da necessidade de confiarmos na ciência, de buscarmos a imunização, de tomarmos todos os cuidados necessários no enfrentamento da pandemia.

Transcrevo duas falas dele publicadas na Folha de S. Paulo:

“A ciência é que realmente pode orientar o povo, o que deve ser feito em relação à vacina, a importância da vacina. Defendo a ciência e tudo que alguém diz em nome da ciência. Me vacinei, estou mais tranquilo e agora estou para receber a segunda dose da vacina, mas estou mantendo os mesmos cuidados de sempre. Repito: a vacina é muito importante e todos devem se vacinar. Vacina sim!”

“O que eu quero pedir é que levem a sério, que sigam rigorosamente as orientações das autoridades do setor de saúde. Usem máscaras, lavem as mãos, usem álcool em gel, mantenham o distanciamento social o máximo possível e tomem vacina. Isso com certeza vai ajudar muito a acabar com esse problema.”

Quem quiser que me chame de ingênuo pela grande admiração que tenho por ele, mas Roberto Carlos é uma das vozes do Brasil. O que ele canta, está dentro de nós. E o pouco que ele diz, ainda ecoa.

Já pensaram se, agora, ele adotasse uma postura negacionista?

Quando um artista como Chico Buarque diz "vacina, sim!", é normalíssimo, faz parte do seu ativismo.

Quando é Roberto Carlos que assume um discurso em defesa da ciência, ele, de algum modo, se transforma num ativista de uma causa tão nobre.

Aí a gente sente, mais uma vez, como é bom chamá-lo de Rei.

Imagem ilustrativa da imagem RC80/Roberto Carlos não é burro. Ele é de direita, mas, no Brasil de Bolsonaro, está do lado da ciência

Silvio Osias

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