Solha diz que vai morrer em 2025 e que, inspirado em um dos seus livros, Kleber Mendonça ganhará o Oscar em 2027

Waldemar José Solha, ou W.J. Solha, esse incrível artista múltiplo que, vindo de Sorocaba, adotou a Paraíba e por ela foi adotada há quase 60 anos, não para de nos surpreender.

Enquanto escreve seus livros, às vésperas de completar 80 anos, ele é frequentador compulsivo do Facebook.

Nesta quinta-feira (15), usou a rede social para prever o ano em que vai morrer e o Oscar que Kleber Mendonça Filho (por quem foi dirigido no magistral O Som ao Redor) ganhará daqui a sete anos.

Não resisti.

Transcrevo o que Solha escreveu:

"2027.

Relato de Prócula ganha o Oscar de melhor filme estrangeiro. A obra polêmica de Kleber Mendonça Filho é adaptada do romance homônimo de W. J. Solha (1941-2025): o Padre Martinho Libório ( Wagner Moura ) de Pombal, Paraíba, com atividades suspensas pelo bispo D. Aldo Pagotto, participa, como Pilatos, no espetáculo Auto de Deus, na semana santa de 2005, em João Pessoa, e o conhecimento profundo que adquire do personagem, leva-o a tentar o suicídio.

Recobrando-se, forja um novo evangelho apócrifo - O Relato de Prócula - que teria sido escrito por Cláudia Prócula, mulher de Pilatos - em que narraria o que se passara no misterioso espaço de tempo, entre os 12 e os 30 anos do nazareno, grande parte na capital do Império, outra a serviço de Roma, em Alexandria, no Egito, onde teria sido discípulo do filósofo platônico Filon, preparando-se para voltar a Jerusalém - na época de Pôncio - dizendo-se o messias prometido, com mensagem dentro do projeto da Pax Romana, daí o "Dai a César o que é de César", "Não resistais ao mal" e outros comandos afins, porque o fim do mundo estaria próximo e o importante seria chegar bem a um hipotético reino dos céus.

O filme, evidentemente, tem causado alvoroço por onde passa, mas a genialidade de Kleber Mendonça Filho se impôs em Cannes, Berlim, no Globo de Ouro e, agora, no Oscar."