SILVIO OSIAS
Obra de William Shakespeare é um verdadeiro tesouro da humanidade
Publicado em 23/04/2021 às 10:58 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:51
William Shakespeare nasceu e morreu num 23 de abril.
Nasceu em 1564 e morreu em 1616.
Nesta sexta-feira (23), portanto, lembro dele resgatando dois textos que publiquei aqui mesmo na coluna.
UM TESOURO DA HUMANIDADE
Uma vez, há muitos anos, o professor Tarcísio Burity me convidou para ir à sua casa ouvir música erudita. No meio da audição, ele me mostrou uma caixa semelhante a essa:
Peguei na caixa e pensei:
Puxa, estou diante de um verdadeiro tesouro da humanidade! A obra completa de Mozart!
Sem essa obra, a humanidade seria menos humana, diria Otto Maria Carpeaux.
De Mozart para William Shakespeare.
Não vou escrever sobre Shakespeare. Não acrescentaria coisa alguma a tudo o que já foi dito sobre ele e sua obra.
Mas quero fazer dois ou três registros.
Meu primeiro contato com Shakespeare foi no final da infância, quando vi o Romeu e Julieta de Franco Zeffirelli.
Gosto até hoje. O filme me levou a ler o texto. O livrinho de capa preta das Edições de Ouro trazia ainda Tito Andrônico, um completo lado B do autor, que li na adolescência.
Quem, então, me conduziu a Shakespeare foi o cinema.
O Hamlet de Laurence Olivier.
O Júlio César de Joseph L. Mankiewicz, com o Marco Antônio de Marlon Brando.
Filmes sugerindo leituras. Como deve ter ocorrido com muita gente.
Entre meus livros, edições avulsas. Uma peça aqui, outra ali. Nunca o conjunto.
Há algum tempo, me vi diante desse box editado no Brasil pela Nova Aguilar. O Teatro Completo em três volumes. Tradução de Barbara Heliodora, que sabia tudo de Shakespeare.
Quando incorporei o box aos meus livros, lembrei do professor Burity e sua coleção de Mozart.
E pensei:
O Teatro Completo de Shakespeare! Puxa! Estou diante de um tesouro da humanidade!
*****
UMA EXALTAÇÃO AO AMOR JUVENIL
Leonard Whiting e Olivia Hussey.
Romeu e Julieta.
Eles eram assim, na segunda metade dos anos 1960, quando fizeram o Romeu e Julieta de Franco Zeffirelli.
O tempo passou, e eles ficaram assim.
Estive uma vez com Bárbara Heliodora num estúdio de televisão.
Ela era conceituadíssima crítica de teatro e traduzia Shakespeare para o Português.
Conversamos um pouco sobre Shakespeare no cinema. Quis saber das preferências dela.
Logo citou o Hamlet de Laurence Olivier, o Macbeth de Roman Polanski e o Romeu e Julieta de Franco Zeffirelli.
Zeffirelli quis que o casal de atores tivesse idades próximas às das personagens da história original.
Na época das filmagens, em 1967, Whiting estava com 17 anos. Hussey, com 16. E eram belos demais.
O filme, que levou multidões aos cinemas a partir de 1968, tanto era fidelíssimo ao texto de Shakespeare quanto dialogava muito bem com o público jovem do tempo em que foi lançado.
Tinha grandes atuações, primorosa reconstituição de época e um tema musical marcante, composto por Nino Rota, o compositor preferido por Federico Fellini.
A longa sequência do baile na casa da família Capuleto é fascinante. É lá que se ouve a terna melodia de Rota.
O Romeu e Julieta de Franco Zeffirelli é arrebatadora exaltação ao amor juvenil.
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