SILVIO OSIAS
Não gosto do BBB, quero que Juliette ganhe e acho equívoco patrulhar quem gosta
Publicado em 04/05/2021 às 6:17 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:51
Primeiro ponto
Já disse aqui e vou repetir: não gosto do Big Brother Brasil. Acompanhei apenas a primeira edição (à época, eu chefiava a redação de uma afiliada da Globo) e costumo saber do que acontece na casa através da repercussão na mídia, que não é pequena.
O BBB21 parece ter repercutido mais do que outras edições. Acho até que houve um tempo em que o programa foi menos atraente ao público.
O BBB21, que termina nesta terça-feira (04), foi um grande sucesso. Levou para o micro (a casa e seus confinados) temas importantes do nosso macro (o Brasil e seus impasses). E não adianta ignorar que isto, de fato, ocorreu.
Segundo ponto
Juliette Freire.
A paraibana se transformou num fenômeno. E não digo isso, sinceramente, movido por nenhum sentimento de paraibanidade. Esse fenômeno - mais de 23 milhões de seguidores, famosos torcendo por ela, gente fazendo música pra ela - é uma daquelas coisas que acontecem espontaneamente.
A sister é simpática, é natural, soa verdadeira no que diz, é bonita e acabou transformando numa marca - seu sotaque repleto dos nossos regionalismos - algo que foi tão criticado quando o programa começou.
Portanto, não acompanhei o BBB21, mas, pelo pouco que vi e pelo muito que li, torço pela vitória de Juliette. E pelo êxito dela, vencedora ou não, quando voltar à vida real.
Terceiro ponto
Eu sei - sabemos todos - que o Brasil enfrenta problemas gigantescos e sem solução à vista. Fiquemos com dois: a pandemia do novo coronavírus fora de controle e um governo completamente desastroso.
Mas não considero que essas tragédias sejam argumento para você não ver o BBB. A menos que, como eu, o programa não lhe agrade nem lhe interesse.
No mais, é como outra coisa qualquer que você faz: ver um filme, ler um livro, ouvir um disco, ver uma telenovela de verdade, uma série. Coisas que todos fazem a despeito da tragédia brasileira.
Sou de um tempo - segunda metade dos anos 1970 - de patrulhas ideológicas muito pesadas. Sempre tive rejeição por elas e sempre fiz de tudo para não ser atraído pelos patrulheiros de plantão.
A ascensão de governos populistas de ultradireita trouxe de volta muitas dessas patrulhas. Tanto à direita quanto à esquerda.
Fujo delas.
Fujam delas.
Se gostam, assistam ao BBB.
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