SILVIO OSIAS
Em Paulo Gustavo, admirava o ator e o homem explicitamente resolvido em sua relação homoafetiva
Publicado em 05/05/2021 às 9:38 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:51
Nesta terça-feira (04), havia a expectativa da vitória de Juliette Freire no BBB21, mas, horas antes, a noite ficou triste, muito triste.
O ator e talentosíssimo humorista Paulo Gustavo, de 42 anos, morreu num hospital no Rio de Janeiro, onde estava há quase dois meses.
Foi levado pela Covid-19 e suas consequências devastadoras. Sabíamos todos que não resistiria.
Enquanto o ator entrava num quadro irreversível, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta era ouvido como testemunha na CPI da Covid-19.
É uma coincidência importante porque o que se espera da comissão é que ela aponte os crimes cometidos pelo governo Bolsonaro durante a pandemia do novo coronavírus, para que os culpados possam ser, de fato, punidos.
Paulo Gustavo se transformou no artista amado que ele era graças ao talento extraordinário que tinha.
Brilhou no teatro, na televisão e levou multidões ao cinema.
Como ator especializado em humor, foi um fenômeno nessas duas primeiras décadas do século XXI.
Méritos artísticos e sucesso comercial unidos numa só figura.
Mas há algo do homem, e não do artista, que acho imprescindível registrar.
Paulo Gustavo fazia parte de um grupo, ainda não tão numeroso, mas já expressivo, de pessoas explicitamente resolvidas em suas relações homoafetivas.
Ele era casado com o médico Thales Bretas. O casal tinha dois filhos pequenos, Romeu e Gael.
Paulo, Thales, Romeu e Gael formavam uma família que pode ser diferente da sua, mas que há, necessariamente, que ser reconhecida como família.
Perdemos muito com sua morte.
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