O BRASIL PERDE TARCÍSIO MEIRA PARA A COVID

O ator Tarcísio Meira morreu na manhã desta quinta-feira (12) em São Paulo.

Ele tinha 85 anos e estava na UTI do Hospital Albert Einstein com um quadro grave de Covid.

A mulher dele, a atriz Glória Menezes, de 86 anos, também foi contaminada, mas passa bem num quarto do Albert Einstein.

Tarcísio Meira era um símbolo da dramaturgia nacional. Um dos maiores. Em todos os tempos.

Mais de 60 anos de carreira, fazendo teatro, televisão e cinema.

Sua arte o transformou num ícone da nossa cultura, uma figura amada por milhões de brasileiros.

Na televisão, em muitas novelas, edificou sua imagem de mocinho, de galã, fundindo o seu talento de ator com o homem bonito que era.

Foi a televisão - como costuma ser, pela força do veículo - que o transformou nesse símbolo, mas ele é mais um grande nome de uma geração de ouro que veio dos palcos dos teatros.

No cinema, foi dirigido por Anselmo Duarte, o vencedor da Palma de Ouro em Cannes; por Walter Hugo Khouri, que misturava as angústias de Bergman com um erotismo nem sempre muito sutil; e até por Glauber Rocha, que a Tarcísio entregou um dos papéis principais de A Idade da Terra, o último filme do cineasta baiano.

Ontem, aos 84 anos, quem nos deixou foi Paulo José, outro grande ator dessa mesma geração. Sofria do Mal de Parkinson há duas décadas, e sua morte era previsível

Hoje, Tarcísio Meira, levado rapidamente pela Covid. Foram apenas seis dias entre a internação e a morte.

Tarcísio Meira e Glória Menezes estavam casados desde os anos 1960. Formaram um dos mais queridos entre todos os pares românticos da televisão brasileira.

"Eu te amo" - era o que um dizia ao outro num vídeo recente que vi nas redes sociais.

Achei linda a cena.

Não, não.

Achei comovente.

Enchi os olhos de lágrimas.

Como encho agora ao saber que a Covid nos levou Tarcísio Meira.