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Aonde ou onde? Saiba onde usar
Aonde ou onde? Entenda a diferença entre o uso dos advérbios.
Publicado em 09/03/2015 às 12:10 | Atualizado em 04/04/2023 às 13:17
Aonde ou onde? Entenda a diferença entre o uso dos advérbios "onde" e "aonde" na língua portuguesa. Em regra, o advérbio "onde" indica um lugar fixo, enquanto "aonde" indica destino ou movimento.
Aonde ou onde?
- O advérbio "onde" é utilizado para substituir um vocábulo que expressa a ideia de lugar.
- Para evitar repetições, pode-se utilizar pronomes relativos, como "em que", "na qual" ou "no qual".
- O advérbio "aonde" é utilizado quando o verbo que se relaciona com "onde" exige a preposição "a", expressando a ideia de destino ou movimento.
- No ambiente corporativo, é importante utilizar corretamente os advérbios para promover coesão e coerência na mensagem transmitida.
- Exemplos de uso correto: "Onde você mora?" (lugar fixo) e "Aonde você irá depois das visitas?" (destino).
O advérbio relativo "onde" tem como função retomar um termo anterior como um adjunto adverbial de lugar. O problema surge quando ele é utilizado indiscriminadamente, substituindo conectores e sequenciando orações, o que é conhecido como "ondismo".
Aonde ou onde para evitar 'ondismo'
- "Onde" é um advérbio relativo que retoma um termo anterior como um adjunto adverbial de lugar.
- "Ondismo" é o uso indiscriminado do advérbio relativo "onde", substituindo conectores e sequenciando orações.
- Exemplos de "ondismo" incluem o uso do "onde" no lugar de conectores como "que", "quando", "pois", "então" e "por isso".
- O "ondismo" também pode levar a um uso inadequado do "onde", substituindo sinais de pontuação ou antecipando termos que indicam lugar e tempo.
- É importante entender o valor semântico do "onde" e usá-lo corretamente para evitar o "ondismo".
- O "ondismo" pode afetar a clareza e a coerência do texto, comprometendo sua compreensão.
“Onde” é um advérbio relativo. Seu papel é fazer o termo ao qual se refere aparecer na oração adjetiva como um adjunto adverbial de lugar. Por exemplo: “O gramado / onde o atleta resolveu acampar / era malcuidado.” Como o gramado é um lugar, o “onde”, que o retoma, está bem empregado na frase. Entende-se, colocando a oração adjetiva na ordem direta, que “o atleta resolveu acampar no gramado”.
O problema começa quando se esquece o valor semântico desse conector e se passa a usá-lo indiscriminadamente. Ele vira uma espécie de curinga e junta as orações sem indicar exatamente o nexo que existe entre elas. A esse tipo de abuso dá-se o nome de ondismo.
Exemplos de uso do onde
Entre parênteses aparecem os conectivos que o advérbio relativo indevidamente substitui (deixamos de corrigir outros problemas existentes nas frases):
(1) “Esses indivíduos possuem o humor instável, onde muitas vezes irrita as pessoas.” (que)
(2) “A qualidade de vida melhorou com a Revolução Industrial, onde as massas começaram a consumir mais.” (quando)
(3) “Isso se deve à mania comparativa, onde hoje estamos nos comparando com os amigos, colegas de turma ou do trabalho etc.” (pois)
(4) “Cada família tem sua forma de educar e passar seus valores, onde os jovens podem se deparar com estruturas familiares opostas as suas.” (então, por isso)
(5) “O bate-papo da internet está assassinando a língua portuguesa, onde ocorre entre pessoas que têm base escolar”. (embora ocorram entre pessoas...)
Nos exemplos (1) e (2) o “onde” toma o lugar de relatores semelhantes a ele (ou seja, que retomam termos anteriores: “humor” e “Revolução Industrial”). Nos casos (3), (4) e (5), substitui conectivos que sequenciam orações (explicativa, conclusiva e concessiva, respectivamente).
Há situações em que ele não tem valor algum e aparece por uma espécie de automatismo, substituindo sinais de pontuação (6,8) ou se antecipando a termos que indicam lugar e tempo (7,8).
Confira:
(6) “De tudo que meu avô me ensinou, essa foi a maior lição, onde a alegria transforma o impossível em possível.” (substitui os dois-pontos)
(7) “Foi estudar no colégio Pio X, onde lá terminou todo seu período escolar.” (antecipa um advérbio de lugar e gera um pleonasmo).
(8) “O ser humano desde a sua existência tem um lado criativo de ser; uns, pouco aguçados e outros mais, onde na pré-história, por exemplo, o homem se adaptava criando ferramentas tanto para caça quanto para necessidades próprias.” (substitui o ponto e antecipa, inadequadamente, uma expressão indicativa de tempo).
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