ECONOMIA
Dados cadastrais são usados para dar golpes
Roubo de dados pessoais para obtenção de crédito e pagamento de dívidas se tournou um golpe cada vez mais comum na Paraíba.
Publicado em 02/07/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:04
O roubo de identidade, quando dados pessoais do consumidor são usados para obtenção de crédito ou pagamento de dívidas de terceiros, tem se tornado comum no país. Na Paraíba, o delegado de defraudações Gustavo Carlitto afirmou que somente um caso registrado no segundo semestre do ano passado resultou em 276 consumidores vítimas deste tipo de crime. Em todo Brasil, segundo dados do Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraudes, a cada 15,6 segundos um consumidor brasileiro tem seus dados “roubados”.
Segundo o delegado Gustavo Carlitto, a quadrilha era composta por pelo menos quatro pessoas, funcionárias de uma operadora de telefonia celular. “Elas pegava os dados dos clientes, contratava planos da operadora e com isso tinha descontos na compra de aparelhos e chips. O grupo pegava estes equipamentos e vendia. Teve um chip que foi parar até no presídio”, explicou Carlitto.
O secretário executivo do Procon Paraíba Marcos Santos afirmou que este tipo de ação não é comum ser atendida no órgão, porque é caso de polícia. Mas disse para os consumidores ficarem atentos na hora de passar seus dados para terceiros. “O consumidor tem que ter muito cuidado e evitar passar seus dados via telefone e internet. No mundo em que vivemos, da tecnologia da informação, é muito fácil uma pessoa cometer crimes como clonagem de cartão, ainda mais se você passar alguns dados”, frisou.
Segundo o Serasa Experian, entre janeiro e maio deste ano, 837.641 tentativas de fraudes foram registrados. No mesmo período no ano passado, houve 818.629 registros e, em 2011, 798.348 entre janeiro e maio. O estudo mostrou que o setor telefonia teve 330.920 tentativas de fraude contra o consumidor entre janeiro e maio de 2013, o que representou 40% do total.
O setor de serviços, que compreende seguradoras, construtoras, imobiliárias e serviços em geral – pacotes turísticos, salões de beleza etc. –, vem em segundo lugar, com 268.628 tentativas de golpe, 32% do total ocorrido no período.
Em terceiro lugar no ranking vem o segmento de bancos e financeiras, com 159.129 tentativas de fraude, com 19% de participação. O varejo vem em quarto lugar de janeiro a maio de 2013, com 65.643 tentativas de fraude, 8% do total. Em última colocação estão os demais serviços, que totalizaram 13.321, 2% do total do período.
Em igual período de 2012, o setor de serviços liderava o ranking com 38% do total de tentativas de fraude, seguido de telefonia (30%), bancos e financeiras (19%), varejo (12%) e demais setores (2%).
Quando for vítima de roubo, perda ou extravio de documentos, a primeira medida do consumidor é registrar o caso em uma delegacia. O Serasa Experian orienta também cadastrar a ocorrência gratuitamente na base de dados da Serasa Experian, no link www.serasaconsumidor.com.br. Esta informação estará disponível na mesma hora para o mercado. Depois, o consumidor deve fazer um boletim de ocorrência. Assim, sempre que ele for consultado, o concedente de crédito saberá que se trata de um documento roubado e terá mais cuidado ao fechar um negócio.
Cuidados para evitar fraudes:
A pesquisa revela a importância de o consumidor adotar cuidados simples em seu dia a dia, como:
• Não fornecer seus dados pessoais para pessoas estranhas;
• Não fornecer ou confirmar suas informações pessoais ou número de documentos pelo telefone, cuidado com promoções ou pesquisas;
• Não perder de vista seus documentos de identificação quando solicitados para protocolos de ingresso em determinados ambientes ou quaisquer negócios;
• Não informar os números dos seus documentos quando preencher cupons para participar de sorteios ou promoções de lojas;
• Não fazer cadastros em sites que não sejam de confiança; cuidado com sites que anunciam oferta de emprego ou promoções. Fique atento às dicas de segurança da página, por exemplo, como a presença do cadeado de segurança.
• Cuidado com dados pessoais nas redes sociais que podem ajudar os golpistas a se passar por você, usando informações pessoais, como por exemplo, signo, modelo de carro, time por que torce, nome do cachorro etc.;
• Manter atualizado o antivírus do seu computador, diminuindo os riscos de ter seus dados pessoais roubados por arquivos espiões.
Principais tentativas de golpes.
As principais tentativas de golpe apontadas pelo indicador da Serasa Experian são:
-Emissão de cartões de crédito: o golpista solicita um cartão de crédito usando uma identificação falsa ou roubada, deixando a “conta“ para a vítima e o prejuízo para o emissor do cartão.
-Financiamento de eletrônicos (Varejo) – o golpista compra um bem eletrônico (TV, aparelho de som, celular etc.) usando uma identificação falsa ou roubada, deixando a conta para a vítima.
-Golpe: compra de celulares com documentos falsos ou roubados.
-Abertura de conta: golpista abre conta em um banco usando uma identificação falsa ou roubada, deixando a “conta” para a vítima, neste caso toda a “cadeia” de produtos oferecidos (cartões, cheques) potencializam possível prejuízo às vítimas, aos bancos e ao comércio.
-Compra de automóveis: golpista compra o automóvel usando uma identificação falsa ou roubada, deixando a “conta” para a vítima.
-Abertura de empresas: dados roubados também podem ser usados na abertura de empresas, que serviriam de ‘fachada’ para a aplicação de golpes no mercado.
DOCUMENTOS ROUBADOS SÃO USADOS EM FRAUDES
As pesquisas da Serasa Experian apontam que estão mais suscetíveis às fraudes os consumidores que tiveram seus documentos roubados. Com apenas uma carteira de identidade ou um CPF nas mãos de golpistas, dobra a probabilidade de ser vítima de uma fraude.
O Serasa Experian alerta que é comum as pessoas fornecerem seus dados pessoais em cadastros na internet sem verificar a idoneidade e a segurança dos sites. Os golpistas costumam comprar telefone para ter um endereço e comprovar residência, por meio de correspondência, e, assim, abrir contas em bancos para pegar talões de cheque, pedir cartões de crédito e fazer empréstimos bancários em nome de outras pessoas. Normalmente eles usam os cartões e cheques para dar golpes.
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