VIDA URBANA
Cresce número de famílias sem água
Número de famílias sem água encanada nas residências paraibanas saltou de 210.785, em fevereiro de 2013, para 232.045, em abril deste ano.
Publicado em 07/06/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 17:35
Há um ano, o governo do Estado anunciou investimento de mais de R$ 250 milhões para a construção da 3ª etapa do canal Acauã-Araçagi (Vertentes Litorâneas). A obra visa a beneficiar com o abastecimento de água quase 600 mil pessoas em 38 municípios paraibanos, mas só deve ser concluída em dezembro de 2015, segundo informações do secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, João Azevedo.
Nesse intervalo, o número de famílias sem água encanada nas residências paraibanas saltou de 210.785, em fevereiro de 2013, para 232.045, em abril deste ano. O aumento foi de 10% de famílias nesta situação, conforme dados do Sistema de Informação de Atenção Básica (Siab) do Ministério da Saúde.
Apesar de também ter acontecido a ampliação do serviço de abastecimento de água no Estado, os dados do Siab revelam que em todo o Estado, em 2013, existiam 871.767 famílias cadastradas nas áreas de abrangência dos Programas de Agentes Comunitários de Saúde e Saúde da Família (ACS/PSF), que através das visitas domiciliares às famílias, identificam a situação de saneamento e moradia. Dessa soma, apenas 660.982 (75,8% do total) contavam com o serviço. Atualmente, das 895.784 famílias cadastradas, somente 680.291 têm água encanada, o que corresponde a 75,9% do total. Isso quer dizer que a ampliação do serviço só alcançou 0,1% dos domicílios.
O problema é potencializado quando comparado o número de famílias descobertas pelo abastecimento de água (232.045) nos municípios paraibanos. É como se toda a população de Patos - que tem 100.695 habitantes, segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somados aos habitantes de Sousa (65.807), Cajazeiras (60.612) e Emas (3.439) não tivessem água encanada em casa.
No bairro Padre Zé, em João Pessoa, por exemplo, a dona de casa Fátima Batista, 36 anos, faz parte do grupo de famílias que não dispõem de abastecimento de água. Ela precisa buscar água na casa de amigos com o auxílio de um balde para poder dar conta dos afazeres domésticos. “Não tem água encanada em casa. O jeito é contar com a solidariedade dos amigos que me deixam pegar alguns baldes com água, todos os dias, senão, não teria como fazer comida, dar banho nos meus filhos e lavar roupa”, afirmou.
A ordem de serviço para a construção da 3ª etapa do canal das Vertentes foi assinada na manhã do dia 17 de junho do ano passado, durante visita do ministro da Integração, Fernando Bezerra. Na ocasião, também foi assinado o Termo de Compromisso para a elaboração do projeto de construção do sistema adutor da Borborema, que prometia levar as águas da transposição até o Curimataú. À época, as informações foram divulgadas na matéria sobre a falta de água encanada nos lares de famílias paraibanas, publicada no JORNAL DA PARAÍBA na edição do dia 18 de junho de 2013.
INVESTIMENTOS
O secretário de Estado do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Ciência e Tecnologia, João Azevedo, informou que o sistema adutor da Borborema já foi autorizado e a ordem de serviço para a obra será assinada na próxima segunda-feira.
Informou ainda que estão em andamento as adutoras de Boqueirão, Natuba. Aroeiras, Pocinhos, Camalau e Camará, ao todo são 730 km de adutoras.
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