MERCADO EM MOVIMENTO
Shoppings pedem isenção fiscal para compensar perdas da pandemia
Setor perdeu R$ 90 bilhões e não descarta recorrer à Justiça, caso conversa com governo não avance.
Publicado em 19/06/2021 às 8:06 | Atualizado em 30/08/2021 às 17:31
Os shoppings brasileiros já perderam R$ 90 bilhões desde o início da pandemia de covid-19, além de 6 mil lojas e 100 mil empregos.
O prejuízo foi calculado pela Associação Brasileira de Shopping Centers(Abrasce), que pede ressarcimento do governo, por meio da isenção ou do adiamento de impostos.
O presidente da Abrasce, Glauco Humai, afirmou que nenhum dos 601 shoppings brasileiros está funcionando de forma plena por conta das medidas restritivas impostas pela covid-19.
A Abrasce defende que as perdas do setor sejam compensadas pelo governo, “para que não continuem os fechamentos, o desemprego e a quebradeira”. Para isso, Humai propõe a isenção ou o adiamento de impostos estaduais e municipais.
O presidente da Abrasce calcula que os shoppings ficaram 6 meses fechados e pagaram R$ 1,2 bilhão em IPTU só em São Paulo na pandemia.
Crédito
No âmbito federal, a Abrasce reivindica crédito com juros subsidiados e longos prazos de pagamento.
Glauco Humai diz que “o crédito existe, mas é repassado de forma burocratizada e com taxas de juros comerciais”, que não atendem os pequenos lojistas.
Refis
Para o presidente da Abrasce, o Refis que está sendo negociado pelo Senado Federal com o Ministério da Economia é “bem-vindo, mas não suficiente”.
“As perdas do setor foram ocasionadas devido à gestão do poder público na pandemia, não por má gestão dos empresários.
Medidas compensatórias são mais condizentes com o momento”, afirmou.
Justiça
A proposta de isenção fiscal da Abrasce reverberou em poucas cidades do país. Humai diz que compreende a situação dos governantes, já que o “Estado é deficitário e a perda de arrecadação não é bem-vinda”.
Mas diz que vai usar “todos os caminhos necessários” para questionar as perdas relativas à pandemia e não descarta medidas judiciais.
Fechamentos
Para Glauco Humai, novos fechamentos podem ocorrer, já que só a vacinação em massa contra a covid-19 vai permitir a retomada plena da economia.
Ele pede, no entanto, que o comércio não seja o único afetado pelas medidas restritivas. Defende fechamento total ou rodízio entre os setores econômicos.
A Abrasce desenvolveu protocolos sanitários de prevenção à covid-19, como uso de máscara, medição de temperatura e espaçamento entre as mesas.
Humai diz que isso permite ao setor operar com segurança na pandemia, sem ser um vetor de contaminação da covid-19.
Fonte: Poder 360
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