Folia nas praias do litoral norte do Estado

No litoral norte paraibano, especificamente no município da Baía da Traição, o Carnaval é regado por mangueiras improvisadas no alto das grades residenciais ou chuveiros alojados nos quintais visando refrescar o calor que atinge cerca de 28°C, independente da chuva que caia esporadicamente feito serpentina.

O território tradicionalmente dos índios potiguaras foi invadido por turistas na sua maioria das ‘tribos’ do município vizinho, Rio Tinto, e da capital paraibana. À beira da praia, junto com seu filho adolescente, Ricardo Ferreira, administrador que nasceu ali próximo, em Rio Tinto, mas residente em João Pessoa, passa as festividades carnavalescas no local há 25 anos, metade da sua idade. “Cheguei até a ter uma casa de veraneio aqui”, lembra. “O que gosto mais do Carnaval da Baía da Traição é a tranquilidade.”

Mesmo com um grande número de foliões que comemoram à frente de suas casas, o tradicional mela-mela não contagiava as pessoas naquela manhã. “Começa a brincadeira só no final da tarde, na praça principal, e vai até a noite”, informa o jovem Rodrigo Ferreira, estudante de 19 anos. “Existem também os blocos por aqui, como As Virgens da Baía”, conta.

A trilha sonora carnavalesca dessa área não tinha o hit do momento de Michel Teló, “Ai se eu te pego” como top, mas sim os ritmos do paraibano DJ Marcílio com seu "Som da galera".

Foi com a “Dança do enfica” que o técnico judiciário de 60 anos, Paulo de Tarso, falou que estava esticando suas férias com toda a sua família desde dezembro no local. “Eu nasci aqui e não abro mão da tranquilidade”, enfatiza. “Já pulei Carnaval em Jacumã e Lucena, mas o melhor é aqui”, julga o senhor na barraca armada em frente a sua casa.