VIDA URBANA
Disque 100 recebe mais de mil denúncias na PB
Paraíba é o 13º estado com maior número de casos de violência doméstica, mulheres e crianças são as maiores vítimas .
Publicado em 11/11/2011 às 6:30
Mais de quatro denúncias de violação dos direitos humanos de crianças e adolescentes são feitas por dia na Paraíba. Entre janeiro e agosto de 2011, o Disque-Denúncia Nacional (Disque 100) recebeu 1.123 denúncias no Estado, referentes à exploração sexual, violências física e psicológica, maus-tratos e negligência.
No ranking nacional, que avalia o número de denúncias com relação ao tamanho da população, a Paraíba ocupa o 13º lugar entre os Estados com mais casos de violência.
Em todo o país, nesses primeiros oito meses do ano, foram feitas 50.866 denúncias. O Amazonas e o Rio Grande do Norte são os Estados que apresentam maior índice de denúncias por grupo de 100 mil habitantes. Na Paraíba, para cada 100 mil habitantes, foram 30,8 registros, enquanto que no Amazonas, foram 66,7 registros e no Rio Grande do Norte, 57,7.
O relatório do Disque-Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, mostrou também que a maioria das vítimas são do sexo feminino, principalmente quando se trata de violência sexual. Dentre os suspeitos de serem responsáveis por essas violências, prevalecem os homens (68%), com idade entre 28 e 38 anos (33%).
Para a psicóloga e coordenadora do Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas) de João Pessoa, Zuleide Pereira, os dados do relatório do Disque 100 refletem o que ela observa em seu trabalho. “Há um número expressivo de violências sexual intrafamiliar, de negligência e abandono”, afirma Zuleide, que coordena o Proteção e Atendimento Especializado à Família e ao Indivíduo (Creas/Paefi).
“A criança e o adolescente acabam sendo violentados duas vezes, já que há a conivência da família, em muitos casos. A violência sexual é mais subjetiva que um espancamento, pois este deixa marcas e pode ser visualmente observado na escola, por exemplo. A sexual é mais difícil de ser denunciada e de ser percebida”, completou a psicóloga.
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