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ECONOMIA

Montadoras miram no Nordeste para crescer

No Nordeste, a primeira a desbravar foi a Ford, em 2001, que montou um complexo automotivo em Camaçari, na Bahia, para produzir o Fiesta Hatch, o Fiesta Sedan e o EcoSport.

Publicado em 24/06/2012 às 8:00

Depois do Complexo da Fiat, em Goiana (PE), com investimento de mais de R$ 4 bilhões em Pernambuco, iniciou-se uma nova disputa nos bastidores entre os governos do Nordeste para atrair novas montadoras para a Região. O Estado já fechou com a segunda montadora, desta vez a chinesa com a parceria da Shaanxi Automobile Group (SAG) com a MAN, que vai construir uma fábrica na cidade de Caruaru (PE) para a produção de caminhões da marca Sacman.

No Nordeste, a primeira a desbravar foi a Ford, em 2001, que montou um complexo automotivo em Camaçari, na Bahia, para produzir o Fiesta Hatch, o Fiesta Sedan e o EcoSport. A empresa planeja agora uma expansão nos 4,7 milhões metros quadrados de área e na produção de 250 mil carros por ano. Recentemente, os baianos passaram a aguardar a montadora anunciada pelo grupo SHC (representante da chinesa JAC Motors no país), do empresário Sérgio Habib, e o Ceará negocia uma fábrica da GM no Estado.

A Paraíba, por sua vez, especula ainda sobre a vinda de uma montadora do grupo Caoa (representante da Hyundai no país), do empresário Carlos Alberto de Oliveira de Andrade, para Campina Grande ou Alhandra.

Na opinião de José Carneiro, vice-presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), essa 'migração' das fábricas para terras nordestinas não é à toa. “O Nordeste já oferece grandes oportunidades para o desenvolvimento do mercado automobilístico”, aponta.

O economista, com especialização em projetos econômicos José Fernando Chagas afirma que o Nordeste, há mais de seis anos, é a região que mais cresce no Brasil em termos de renda, é um mercado consumidor em expansão, além de ter grandes investimentos em previsão.

O presidente da Federação de Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), Buega Gadelha, concorda com o economista. “O que aconteceu no Nordeste foi uma onda de ascensão social dos consumidores. Além disso, nosso Estado está em uma área estratégica. Daqui, as montadoras podem ter acesso aos mercados de lugares próximos como a Venezuela e o Caribe.

Quanto à possível vinda da Caoa para a Paraíba, acredito que estamos preparados para uma empresa desse porte, pois temos bons profissionais e grandes centros de tecnologia”.

No entanto, o vice-presidente da Fenabrave explica que nenhuma empresa resolve, de uma hora para outra, fazer parte do cenário econômico de uma região. “No caso do Nordeste, por exemplo, o movimento é natural. Há 25 anos, não fabricávamos cerveja, porcelanato ou refrigerante. Mas isso mudou. No setor automobilístico, temos indústrias de borracha, temos a fábrica de baterias Moura [em Belo Jardim, Pernambuco], enfim, temos uma base que foi criada ao longo dos últimos anos para receber essas multinacionais”.

Para o economista José Fernando, a instalação das montadoras é mais do que interessante na região. “Cada emprego na indústria automobilística gera outros vinte indiretos, porque toda uma cadeia produtiva gira em torno desse setor. É um ganho fantástico para geração de emprego e renda no Estado".

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Jornal da Paraíba

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