PLENO PODER
Mudança na lei de improbidade é "metástase" contra combate à corrupção, avalia chefe do Gaeco
Projeto aprovado no Senado teve votos favoráveis dos três senadores paraibanos e é apoiado pelo Governo
Publicado em 30/09/2021 às 12:14
O termo é usado, via de regra, para caracterizar o espalhamento por todo o corpo de células cancerosas. Mas pode, muito bem, servir de conceito para as mudanças recentes feitas pelo Congresso Nacional na legislação, que dificultam o combate à corrupção e ao mau uso de recursos públicos.
A aprovação no Senado ontem, de alterações na lei de improbidade, foi mais um capítulo desse script.
Essa, pelo menos, é a avaliação do coordenador do Gaeco, do Ministério Público da Paraíba, promotor Octávio Paulo Neto.
"É mais um sintoma da metástase do sistema de de combate à corrupção. A gente percebe que uma parte da classe politica está imbuída do propósito de enfraquecer todo esse sistema, para criar um ambiente de blindagem e fazer com que esses agentes políticos se escusem da Justiça", avaliou o promotor.
"É um processo de involução. A gente está regredindo", disse ao Blog o chefe do Gaeco.
O projeto foi aprovado em um único dia, na CCJ e no Plenário do Senado Federal.
Ele teve, inclusive, os votos favoráveis dos três senadores paraibanos: Daniella Ribeiro (Progressistas), Nilda Gondim (MDB) e Veneziano Vital (MDB).
A proposta já havia sido aprovada na Câmara com o apoio do Governo. O próprio presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa do projeto, recentemente, durante entrevista.
Agora, após aprovação do Senado, o PL voltará à Câmara - já que foi modificado. Após ser analisado pelos deputados, caso seja mantido, seguirá para sanção.
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