SILVIO OSIAS
Risada do senador Flávio Bolsonaro diante do relatório da CPI da Covid é deboche inaceitável
Publicado em 21/10/2021 às 10:08
"O Brasil não é um país sério". "O Brasil não é para principiantes". A primeira frase - tudo indica que equivocadamente - é atribuída a De Gaulle, herói da Resistência. A segunda, dizem que é de Tom Jobim. Independente das autorias, são muito boas como comentários sobre o Brasil e seus descaminhos.
Lembrei delas nesta quarta-feira (20). Lembrei delas quando vi o senador Flávio Bolsonaro (Foto/Senado) conversando com os repórteres. Ele era indagado sobre o relatório da CPI da Covid e sobre qual seria a reação do presidente Jair Bolsonaro, seu pai, ao ler o documento.
A resposta de Flávio não foi surpreendente porque, afinal, ele é um Bolsonaro. Mas seria, não fosse isto. O senador, o primogênito ou o 01 do presidente da República, deu uma risada, imitando a risada do pai.
No país que não é sério, no país que não é para principiantes, no Brasil das coisas banalizadas, não há nada demais na risada do senador. Mas deveria haver.
A reação de Flávio é fidelíssima expressão da família que nos governa até 31 de dezembro de 2022. Ou - quem sabe? - até 31 de dezembro de 2026. O que há na risada do filho a imitar a risada do pai é o retrato do deboche e do escárnio que não é difícil enxergar neles, os que formam o clã Bolsonaro.
A CPI da Covid está chegando ao fim, e a reação a ela não pode ser de deboche. Com erros e acertos, o que temos no relatório do senador Renan Calheiros é um retrato importante do Brasil diante da pandemia. Servirá de referência para os passos seguintes e para a desejada punição de quem crimes cometeu.
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