CONVERSA POLÍTICA
Bolsonaro foi abandonado por políticos paraibanos na passagem pelo Sertão
Acompanhado de ministros, o presidente inaugurou o Eixo Norte da Transposição na Paraíba. Era para ser uma festa política, mas só três deputados estaduais apareceram.
Publicado em 21/10/2021 às 15:51 | Atualizado em 22/10/2021 às 12:25
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) veio inaugurar uma das obras mais importantes para o estado, para o Sertão, com seus mais de 80 municípios. Mas não estava lá, ao lado, nenhum parlamentar federal paraibano. Nem dezenas de prefeitos da região. Era para ser uma festa, com empurra, empurra, multidão. Tudo foi muito longe disso.
Nenhum parlamentar beneficiado nos últimos meses com emendas de bancada, emendas de relator ou impositivas pelo governo federal foi ao município de São José de Piranhas para "juntar gente na foto".
Defensores da conclusão do Eixo Norte da Transposição do São Francisco sumiram, independentes ou aliados, sumiram. Ou melhor, abandonaram o presidente no meio de um palanque tímido, rodeado por ministros e com um público bem abaixo do que deveria ser, tamanha a simbologia do momento.
Com popularidade em baixa, sangrando com acusações da CPI, sem saber o que fazer com o aumento dos combustíveis, da inflação, com um programa social ainda desconfigurado, ninguém pareceu querer pagar o preço de aparecer ao lado do presidente. Nem que fosse apenas para dizer que apoia a conclusão da obra, independentemente de quem tenha concluído.
Dá para entender. É que com Bolsonaro não tem meio termo: ou está com ele ou é contra ele. Não apareceram nem Hugo Motta (Republicanos), muito menos Wellington Roberto (PL), por exemplo, que, em Brasília, defendem pautas governistas com mais força. Onde estavam os prefeitos bolsonaristas daquela região do Sertão?
A passagem de Bolsonaro pelo Sertão paraibano, para inaugurar uma obra tão esperada, foi um tanto quanto melancólica. Coube ao deputado estadual Cabo Gilberto (PSL) abrir os discursos e fazer os elogios ao capitão. Completaram a bancada de parlamentares estaduais, Dr. Paula (PP), de Cajazeiras, e Moacir Rodrigues (PSL).
O ápice foi o ministro Marcelo Queiroga discursando como um político de carreira, atacando governadores e, claro, defendendo sua atuação como ministro da Saúde.
O presidente percebeu que, por aqui, por enquanto, ele já não é tão popular entre a classe política.
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