CULTURA
Clássico de Ariano Suassuna “A Pedra do Reino” ganha edição especial com manuscritos inéditos
Edição celebra os 50 anos de aniversário de publicação da obra.
Publicado em 08/11/2021 às 15:28
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Celebrado por críticos e historiadores literários, o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, de Ariano Suassuna, está completando 50 anos de lançamento. Em celebração, a editora Nova Fronteira (RJ) lançará uma edição especial que contém manuscritos inéditos do escritor paraibano.
A edição está dividida em dois volumes. No primeiro tomo, o leitor encontra, além do próprio romance, uma apresentação detalhada do professor e pesquisador Carlos Newton Júnior sobre o contexto em que ele foi escrito. Estão lá também ensaios já clássicos sobre o livro assinados por nomes como Rachel de Queiroz e Maximiano Campos.
O segundo volume está organizado como um Caderno de Textos e Imagens. Suas páginas guardam reproduções de documentos, fotos, ilustrações e pinturas que remetem ao processo de produção e divulgação do título. Dentre as raridades, surgem, por exemplo, trechos do manuscrito “Sinésio, o Alumioso”. Jamais publicada, essa é a mais antiga versão da narrativa de Quaderna.
O tomo traz ainda registros em imagem de um evento que foi criado em 1993 e que teve como inspiração a cavalgada do Rapaz-do-Cavalo-Branco, personagem do livro. A festividade é realizada anualmente pelos moradores do município pernambucano de São José do Belmonte (onde se situa a Pedra do Reino).
Autor de histórias repletas de humor e lirismo, nas quais a cultura nordestina tem sempre lugar de destaque, Ariano Suassuna narra, em Romance d’A Pedra do Reino, a história de Dom Pedro Dinis Ferreira, o Quaderna. Preso por subversão no interior da Paraíba, ele conta a saga de sua família ao corregedor e se declara descendente de legítimos reis brasileiros, castanhos e “cabras” do Sertão. Fala ainda do seu envolvimento com lutas e desavenças políticas, literárias e filosóficas.
Para Lucas Vitor, professor do departamento de educação da UFPE e pesquisador da obra literária do paraibano Ariano Suassuna, o romance “A Pedra do Reino” reflete sobre a construção da cultura brasileira, entendida por Ariano como “a união de contrários”. Consagrado como um dos maiores livros de língua portuguesa, a obra já foi traduzida para diversas línguas e adaptada na forma de minissérie por Luiz Fernando Carvalho.
Poeta, dramaturgo, romancista e artista plástico, Ariano Suassuna nasceu na capital da Paraíba, em 1927, e morreu no Recife, em 2014. Adquiriu renome nacional e internacional com obras como o Auto da Compadecida, no campo do teatro, e o Romance d’A Pedra do Reino, na prosa de ficção. Membro da Academia Brasileira de Letras e grande defensor da cultura brasileira, foi o idealizador do Movimento Armorial, lançado no Recife, em 1970, com o objetivo de, nas suas palavras, “realizar uma arte erudita brasileira a partir das raízes populares da nossa cultura”.
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"A Pedra do Reino"
Autor: Ariano Suassuna Editora: Nova Fronteira Páginas:1088 (dois volumes) Preço: R$ 249,90
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