ESPORTES
Em coletiva, Presidente do Treze, Olavo Rodrigues, dimensiona crise administrativa do clube
Apenas para o Inter de Lajes, de Santa Catarina, o Galo da Borborema deve algo em torno de R$ 7 milhões. Com água cortada, uniformes do time estavam sendo lavados à mão.
Publicado em 25/11/2021 às 15:37
Apesar de cientes de parte da situação da qual o Treze vem atravessando nos últimos anos, a torcida do Alvinegro teve a verdadeira dimensão do processo de degradação do clube nessa quarta-feira, quando o presidente do clube, Olavo Rodrigues, convocou entrevista coletiva no Estádio Presidente Vargas para explanar a atual situação financeira do Galo. Ao todo foram registrados mais de R$ 15 milhões em dívidas, número que pode ficar ainda maior com o passar dos dias.
A situação do Treze encontrada pelo mandatário alvinegro foram taxadas pelo próprio como “deprimentes”. A situação é grave ao ponto de o fornecimento de água do PV estar cortado e o caminhão pipa do clube, fonte de abastecimento nos últimos meses, está quebrado. Em meio à toda a crise hídrica, os uniformes de treinamento e de jogos, de acordo com Olavo, precisavam ser lavados à mão pelos empregados. Em apenas 12 dias de monitoramento, mais de 103 processos trabalhistas foram catalogados e a dívida de R$ 15 milhões pode ficar ainda maior com o passar dos dias.
— Como já havia dito inicialmente, nós encontramos o Treze em uma situação de penúria. De deprimência em todos os aspectos. A verdadeira situação do Treze, catalogado da semana passada para cá pelo nosso Departamento Jurídico, tem 103 processos trabalhistas, que somam ao todo mais de nove milhões de reais. A cada dia que passa estamos observando mais processos e a tendência é que esse valor aumente. É uma situação sem controle e que está bloqueando as arrecadações do clube, mas nosso jurídico busca encontrar as soluções para que se haja um entendimento para que o time possa sobreviver — afirmou.
A vinda de Marcelinho Paraíba para o Treze, em 2016, foi motivo de alegria para muitos trezeanos, principalmente pelo “chapéu” dado no arquirrival Campinense, que chegou a anunciar o veterano em suas redes sociais. A chegada do meia, no entanto, viria a dar uma grande dor de cabeça ao Alvinegro anos depois, isso porque a Justiça do Trabalho condenou Marcelinho e o Treze a pagar R$ 4,6 milhões de indenização ao Inter de Lages por quebra de contrato e rescisão antecipada por iniciativa do atleta. O valor não foi pago e, hoje, está beirando os R$ 7 milhões, sendo, inclusive, o motivo da penhora recente do Estádio Presidente Vargas.
— Não gostaria de estar falando sobre isso, mas um dos grandes processos que o Treze está sendo alvo é de um time do sul quando se trouxe Marcelinho Paraíba para a Paraíba, quando o Treze se comprometeu a pagar R$ 4.5 milhões de uma cláusula rescisória. O Treze deveria estar nadando em dinheiro quando assinou essa cláusula que acabou não sendo paga. O pior de tudo é que o Inter de Lages, de Santa Catarina, entrou na justiça, o Treze não mandou representante, assumiu a culpa e foi condenado a pagar esse valor. Liguei para o ex-vice-presidente do Treze e descobri que somente esta causa, hoje, está girando em torno dos R$ 7 milhões, o que acabou por levar o Estádio Presidente Vargas à penhora — pontuou.
Apelo à torcida
Ainda na quarta-feira, o Treze anunciou a campanha “Pix do 13”, que incita os torcedores a, através de doações, ajudar o clube no processo de reformulação do clube. O projeto foi encabeçado pela diretoria executiva e visa a participação dos trezeanos principalmente na reforma do gramado do PV, que está orçado atualmente em R$ 30 mil reais. O desejo de Olavo Rodrigues é que o Galo da Borborema mande todos os seus jogos, com exceção dos clássicos contra Campinense e Botafogo-PB, em seu estádio.
“Habemus técnico”
Em fala à imprensa, o mandatário do clube afirmou que a expectativa da torcida em conhecer os membros da comissão técnica que regerá o time em 2022 está prestes a ter fim. O anúncio deverá acontecer na tarde desta quinta-feira, através das redes sociais do clube. A expectativa da diretoria é que os treinamentos comecem a acontecer já na primeira quinzena de dezembro e, nos próximos dias, os primeiros atletas que defenderão o Treze na disputa do Campeonato Paraibano do próximo ano já devem começar a desembarcar no clube.
— Assim como no Vaticano se solta uma fumaça branca e o técnico é anunciado com a frase “Habemus Papa”, eu falo aqui para todos os torcedores “Habemus Técnico”. A nossa expectativa é que, após o anúncio do nosso treinador, os primeiros atletas desembarquem e, assim, consigamos dar início à nossa pré-temporada — finalizou.
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