ECONOMIA
Decoração natalina econômica é alternativa para o Natal sem pesar no bolso
Com aumento no preço dos produtos e, principalmente, na conta de energia, é necessário que se busquem alternativas para manter o espírito natalino e gastar pouco.
Publicado em 04/12/2021 às 8:43
Mês de dezembro chegou, os espaços começam a tomar a forma do Natal e as pessoas já se mobilizam para investir nas decorações natalinas. Contudo, com a crise econômica causada pela pandemia da Covid-19 e instabilidade política, além da alta nos preços de diversos departamentos, os brasileiros acabam recorrendo a opções mais baratas na tentativa de economizar.
Com isso, as pessoas passam a procurar por decorações mais econômicas e enfeites mais reduzidos, haja vista que, além da ornamentação natalina, a ceia de Natal e as faturas do mês impedem que se invista com mais afinco na decoração.
E por falar na relação entre decoração e faturas mensais, a população tem sido cautelosa com a utilização de decorações luminosas. Tradicionalmente, são enfeites que iluminam casas e cidades que trazem o espírito natalino para a região e espaço, mas com o aumento seguido das cobranças nas faturas de energias, as decorações luminosas estão sendo pouco utilizadas ou sua utilização está sendo feita num menor espaço de tempo durante o dia.
Em agosto de 2021, a Aneel criou a "bandeira tarifária de escassez hídrica", o que representou um aumento de 7% nas contas dos consumidores de todo o país a partir do mês de setembro. Além disso, a energia elétrica, em 2021, subiu mais que os números da inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, entre julho e agosto, subiu 0,89%, e, no mesmo período, a energia elétrica aumentou 5%, o que compromete o bolso do consumidor. Em 12 meses, a energia elétrica acumulou alta de 20,86%, mais que o dobro da inflação acumulada no período (agosto 2020/agosto 2021), que foi de 9,3%.
Dessa forma, investir em decorações que sejam luminosas mas econômicas é uma alternativa para o consumidor. A economista Vanessa Leite comenta que o consumidor deve procurar decorações luminosas natalinas com materiais sustentáveis, o que ajuda nas despesas relacionadas aos gastos com energia.
“O ideal é optar por iluminações mais econômicas, como as de Led, por exemplo. Há também opções luminosas que usam baterias recarregáveis com energia solar. É uma opção interessante, já que nessa época do ano temos dias ensolarados”, disse Vanessa.
Entre os dias 29 de novembro e 1º de dezembro, o Procon-PB realizou uma pesquisa em oito estabelecimentos para identificar a variação de preços nos itens de decoração natalinos. Ícone do período, a árvore de Natal de 82cm, pôde ser encontrada a R$ 79,90, e em contrapartida, a árvore medindo 270 cm pode ser encontrada por R$ 2.799,00.
Outro produto largamente utilizado no período natalino são os pisca-piscas. Na pesquisa feita pela autarquia, a caixa com 200 lâmpadas de Led em fio transparente pôde ser encontrada por R$ 49,99, já a mesma quantidade de lâmpadas e em Led, porém com a afiação verde, foi encontrada durante a pesquisa por R$ 69,99. Nós dois casos, o produto oferecia 10 metros de comprimento com luzes coloridas.
Guirlandas também foram pesquisadas e a variação de preços pôde ser encontrada em até 653,6% entre os produtos, variando entre R$ 17,90 até R$ 134,90.
O coordenador de Saúde e Segurança da Energisa, Heitor Ragalci Galdino, comenta que, no momento da compra das decorações natalinas que tenham contato e que precisem de energia, é necessário avaliar pontos como qualidade e economia do produto, além de priorizar materiais que tenham a garantia e selo do Inmetro.
“Começando quando você for comprar esse tipo de material [luminoso], as lâmpadas, os pisca-piscas, procurar o material que tenha o selo do Inmetro. Porque ele tem as suas características de consumo mais eficiente, menor, uma qualidade melhor, além desse desse consumo, e procurar equipamentos, também, a base de Led. O Led tem uma durabilidade muito maior e uma luminosidade boa, além de trazer uma economia com o seu consumo. E outra coisa muito importante que tem que se levar em consideração é o tempo de uso e a quantidade de vezes que você vai ligar [o equipamento luminoso], sabendo que quanto mais usar, maior tende a ser o consumo. Então, deve-se prestar atenção no tempo e na condição da instalação”, disse Heitor.
O consumidor deve se programar para as compras natalinas, seja guardando dinheiro, mapeando algumas ofertas de lojas e marcando, com antecedência, presentes que sejam interessantes. Como a atual situação de grande parte da população é de incertezas e dificuldades financeiras, a pesquisa de preços se torna grande aliada do consumidor.
“As pessoas devem priorizar itens que, eventualmente, estejam em promoção. Vale ainda investir em compras coletivas (com vizinhos, amigos, familiares) para que se barganhe descontos pela quantidade comprada. A dica de sempre é pesquisar preços. Ir em mais de uma loja, buscar lojas online (uma opção mais segura, dado que a pandemia não acabou), participar das lives de descontos que algumas lojas realizam”, comentou a economista.
Se não deu para comprar uma decoração nova para harmonizar o seu espaço, reaproveitar elementos natalinos de outros anos é uma boa alternativa, e o bolso do consumidor agradece. Elementos como latinhas de alumínio, livros e revistas não utilizados, pedaços de bexiga, lápis de cor, fitas coloridas, por exemplo, além de pisca-pisca que estava guardado no canto de casa, guirlandas e bolas natalinas de outros anos, que podem ser revitalizados, são alternativas de reaproveitamento para a decoração natalina e que pode ser, inclusive, sustentável.
“Sem dúvidas, reaproveitar é não só importante como necessário. Os produtos que compramos não são descartáveis. Temos sim que reutilizá-los e buscar um padrão de consumo mais sustentável. Não há necessidade de, todos os anos, ter uma decoração natalina nova. Ao invés disso, é possível usar a decoração antiga e incrementar com poucos itens novos”, disse.
Heitor Galdino afirma a importância de, mesmo os objetos sendo novos ou reutilizados, observar a qualidade da instalação dos produtos, de que forma ocorre a instalação e se precaver contra possíveis intercorrências, como princípios de choques ou incêndios.
“Muito cuidado com o tipo de instalação e com aquela tomada que você está ligando. Não use benjamim, evite usar benjamim t, porque é um ponto de fuga [de energia], um ponto de vazamento. Os cabos desses equipamentos que você está utilizando para fazer as ligações, ele tem emenda? Se tiver, refaça a emenda, porque você pode reutilizar algo que você já tem na sua casa de alguns Natais. Muito cuidado com extensões elétricas. Muitas vezes você liga uma extensão para ligar um equipamento num outro cômodo da casa, e como está a vida útil dessa extensão? Se ela tiver emenda, também refaça a emenda. Outro ponto importante é o local onde vai passar essa fiação. É perto do tapete, debaixo do sofá, cuidado para esses cabos não ficarem apertados, criar vazamento e acontecer princípio de incêndio. Além do já citado, é preciso também tomar cuidado com crianças, se tem acesso com idosos, pessoas descalço. E se acontecer algum princípio de choque, algum princípio de incêndio, eu tenho que saber onde que liga e desliga em princípio de incêndio ou de choque”, finalizou Heitor.
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