CULTURA
Mari Santana estreia carreira solo com EP ‘Doces Águas’, com participações de Bixarte e Mestra Doci
Mari já participou de vários projetos no estado, como flautista e cantora, e agora dá início à carreira solo.
Publicado em 15/12/2021 às 11:12 | Atualizado em 15/12/2021 às 18:22
A flautista, cantora, compositora e saxofonista paraibana Mari Santana lançou nesta quarta-feira (15) o EP “Doces Águas”, trabalho de estreia da artista. Bacharel em música e mestre em etnomusicologia pela UFPB, Mari já participou de vários projetos no estado, como flautista e cantora, e agora dá início à carreira solo.
Composto de três faixas, o EP foi todo escrito por Mari Santana e Gabriel Moraes, com a colaboração de Bixarte na música “Abre Caminho”, e de Mestra Doci em “Doces Águas”. A banda que acompanha a artista é formada por Sérgio Soares, Drica Souza, Igor Wendel e Elma Virgínia.
“Para mim esta é a realização de algo que eu estava querendo há muito tempo. Eu venho da favela, venho de comunidade, e a carreira cultural normalmente é um lugar que não é tido para nós. Conseguir fazer música e lançar com meu nome, para mim, é começar a existir dentro de um lugar social que nos é negado. Concretizar esse EP é um passo importante na minha carreira e também o começo de algo muito maior”, diz Mari.
Segundo a cantora, as composições expressam a caminhada dela ao longo de mais de 10 anos de carreira como integrante de grupos da cena de João Pessoa, Pernambuco e Rio Grande do Norte. “Eu sempre gostei muito de estudar, a música para mim é ciência, e o disco é o resultado de tudo isso, das minhas pesquisas acadêmicas, do entendimento do meu corpo e das realidades que a gente tem, da sonoridade afrodiaspórica do Nordeste, que é muito forte. Meu trânsito entre as várias formações que atuei resultam nestas composições”, diz.
Em relação à sonoridade, conforme Mari, as canções passeiam por vários estilos, que vão do maracatu ao samba de roda, passando pelo ijexá e o alujá, com um pouco de rap e jazz. “A maior inspiração, na verdade, é a cultura popular. Eu penso em um tema, desenvolvo um pouco e depois trago uma improvisação. Eu sou brincante e essas músicas trazem isso, da dança, do festejo. Independente de rótulos, minha música tem a mesma raiz, que é a música negra, a música indígena”, completa.
A produção musical de “Doces Águas” ficou por conta dos paraibanos Daniel Jesi e Guirraiz e o EP é lançado por meio de uma parceria entre a FERVE (RN/PB), o estúdio BBS (João Pessoa) e o DoSol Combo Cultural (RN).
O EP “Doces Águas” foi produzido com recursos da Lei Aldir Blanc, por meio da Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo do Governo Federal, e também do Fundo Municipal de Cultura, através da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP).
Sobre Mari
Na carreira musical, Mari já atuou em diversas formações, como peças teatrais, exposições, coros sinfônicos, grupos camerísticos e big bands. Entre os destaques estão a participação no projeto armorial Orquestra Nordestina Unha de Gato e na Banda Sinfônica José Siqueira, da UFPB. Como cantora, participou como contralto na Camerata José Siqueira, integrada à UFPB, no Coro Sonatis da UFPB e no Madrigal atuante nas Paixões de Cristo de João Pessoa.
Atualmente, além da carreira solo com o EP de estreia “Doces Água”, integra como flautista e backing vocal da banda que acompanha o poeta e cantor Filosofino, fazendo um trio com o beatmaker Daniel Jesi.
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