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ECONOMIA

Alta nos preços dos produtos de itens da ceia natalina faz com que se busque alternativas

Aumento de 6% da inflação e impacto direto no preço dos alimentos faz com que alimentos tradicionais da ceia natalina sejam trocados por alternativas economicamente mais acessíveis.

Publicado em 22/12/2021 às 12:16 | Atualizado em 22/12/2021 às 12:55


                                        
                                            Alta nos preços dos produtos de itens da ceia natalina faz com que se busque alternativas

Semana de Natal e as pessoas já estão planejando a ceia, tradicional momento para reunir a família. Mas com a disparada da inflação no decorrer do ano, o impacto nos preços dos itens consumidos neste momento festivo  será refletido no consumo das pessoas na tradicional festa natalina.

De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o preço da cesta de Natal teve uma variação de 5,91% entre 2020 e 2021. No final do ano de 2020, o preço da da ceia de Natal custava cerca de R$ 309,86, e em 2021, esse valor subiu para aproximadamente R$ 328,17. Um aumento de pouco mais de R$ 18.

De acordo com a economista Vanessa Leite, o aumento da inflação e o impacto nos preços dos alimentos, inclusive nos itens que compõem a ceia de Natal, serão sentidos no bolso do consumidor.

“Com um aumento [da inflação] de cerca de 6%, em relação a 2020, a cesta de Natal vai pesar mais no bolso do consumidor e reduzir o seu poder de compra”, disse a economista.

Aqui na Paraíba, o preço de alguns itens que compõem a ceia de Natal já podem ser analisados. O Procon-PB divulgou, recentemente, uma pesquisa que demonstra a variação de alguns produtos presentes na cesta básica que, também, estão presentes na ceia natalina, como é o caso do arroz. O quilo do arroz parboilizado obteve variação de 70,60% na pesquisa realizada pelo Procon-PB entre os dias 24 e 25 de novembro, em supermercados de João Pessoa. Os valores variaram entre R$ 3,98 até R$ 6,79, tendo a diferença de R$ 2,81 pelo produto.


				
					Alta nos preços dos produtos de itens da ceia natalina faz com que se busque alternativas
Foto: Divulgação. Ceia de natal e ano novo tem pratos diferentes - Foto: Divulgação

Já o Procon de João Pessoa fez um levantamento e identificou que os alimentos da ceia natalina podem apresentar variações de 1% até 203% do mesmo produto. O panetone, item clássico presente nas comemorações de Natal, de menor preço foi encontrado por R$ 9,85, e o maior preço foi encontrado por R$ 49,99, sendo uma variação de 407.5% no preço do produto. Já o chocotone, foi encontrado entre R$ 17,29 a R$ 57,99, variação de 235,3%.

Um outro produto que apresentou variações de preço foi o queijo do reino, que pode ser encontrado de R$ 74,99 até R$ 134,90, com uma variação de R$ 79,89% sobre o mesmo produto. E em relação a 2020, o produto sofreu reajuste, já que era encontrado entre entre R$ 65,99 e R$ 89,99, sendo uma diferença de R$ 24, e um aumento de 13,6% entre um ano e outro.

As carnes também  sofreram seguidos reajustes nos preços, em 2021, devido à instabilidade da inflação e economia brasileira. Em novembro, a carne bovina, em João Pessoa, apresentou variação de 56,98% entre o menor e maior preço da oferta. E o peito do frango, alimento que chegou a ser mais acessível no lugar da carne de boi, também teve aumento, sendo de 25,02% de variação do mesmo corte em açougues da cidade.

Para a economista Vanessa Leite, o segredo para aproveitar o Natal sem gastar muito é variar a proposta de alimentos e buscar ofertas mais acessíveis.

“Proteínas tradicionalmente consumidas no Natal como, por exemplo, chester, bacalhau e filé mignon, já tendem a ficar mais caras nos meses de novembro e dezembro. Entretanto, dadas as circunstâncias econômicas atuais, esse aumento pode ser maior e, considerando o desemprego e a perda de renda dos brasileiros, comprometer mais o orçamento familiar. Sendo assim, a alternativa é substituir tais proteínas por outras que estejam com um preço menor, como a proteína de porco”, disse Leite.

A carne suína, por exemplo, como o lombo, utilizado na ceia de Natal, teve uma variação de preços de 76,23%, com o menor preço sendo encontrado a R$ 20,99 e o maior preço por R$ 36,99.

A economista Camila Chang reforça a importância da pesquisa de preços e da alternativa alimentar que seja economicamente viável para o bolso do consumidor.

"É preciso ter o jogo de cintura na hora de substituir os itens. O tradicional peru natalino pode ser substituído pela ave tipo chester, o queijo do reino pode ser substituído por uma tábua de frios mais em conta, o famoso panetone o ideal é substituir uma marca mais cara por uma mais em conta. A dica é fazer a substituição de alimentos que estão com os preços elevados por similares com menor preço e pesquisar muito antes de comprar", explica Camila.

Ressignificação das tradições de Natal

Com os impactos da inflação sobre os alimentos que compõem a ceia natalina e o avanço na vacinação da população contra a Covid-19, o Natal de 2021 promete ser diferente do ano passado.


				
					Alta nos preços dos produtos de itens da ceia natalina faz com que se busque alternativas
Desde 2018, quando se mudou para Campina Grande, Léia Caroline passa a reunir os amigos para a ceia de Natal — Foto: Arquivo Pessoal. Desde 2018, quando se mudou para Campina Grande, Léia Caroline passa a reunir os amigos para a ceia de Natal — Foto: Arquivo Pessoal

Léia Caroline Marques, 21 anos, estudante, mora em Campina Grande, Agreste da Paraíba, e sempre busca fazer algo de diferente no Natal. Longe da família, que mora entre os municípios de Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, em Pernambuco, a jovem busca sempre fazer algo especial até para lembrar um pouco de casa.

“Na ceia natalina pretendo fazer uma prévia com os amigos, período em que conseguirei reunir todos e comemorar essa data, mesmo não sendo propriamente dito na noite de Natal, com todo mundo vacinado. Vai ser uma ceia simples, mas muito organizada e com muito amor. E até para lembrar um pouco da união familiar”, disse.

Com essa prática de fazer o Natal de uma forma mais econômica, a jovem sempre busca fazer alternativas tanto para as comidas que compõem a ceia, quanto para a ornamentação.“Pretendo economizar sim, já começando de agora. Os produtos que eu já consegui comprar mais barato que tem alguns no mercado já pretendo guardar na geladeira, guardar na despensa, a gente não sabe se vai aumentar mais, então vai sendo assim. [Para a ceia] eu pretendo fazer um chester, por ser mais acessível, arroz… queria muito fazer lasanha, mas os ingredientes estão muito caros e acabei desistindo. O frango está muito caro e para uma família de muitas pessoas que vão se reunir, não é tão simples”, explicou Léia.

“Você só consegue algo mais barato, mais econômico, se realmente pesquisar”, comenta Léia Caroline.

“Com as incertezas trazidas pela variante Ômicron, a expectativa do comércio para o período natalino ainda tende a ser moderada. Ainda assim, espera-se que, com o avanço da vacinação e a diminuição do número de casos e mortes, as pessoas estejam mais dispostas a se reunir e realizar as tradicionais compras de fim de ano. A expectativa é sim que esse período tenha um desempenho melhor do que em 2020”, explicou a economista Vanessa Leite

E para garantir que a ceia de Natal seja completa, mesmo que com comidas alternativas devido aos preços impactados pela inflação, Vanessa garante que pesquisar as variações de preços é fundamental para realizar uma ceia recheada de variedades e que não pese tanto no bolso do consumidor.

“A principal dica, seja para comprar decoração ou para comprar os itens da ceia de natal, é a mesma: pesquisar os preços. Ir em estabelecimentos diferentes, pesquisar marcas diferentes e optar pelas mais baratas”, finaliza.

*Sob supervisão de Jhonathan Oliveira 

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Erickson Nogueira

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