COTIDIANO
Astrônomos localizam 'Nova Terra' e lançam supertelescópio ao espaço neste sábado
O Telescópio Espacial James Webb, será lançado na base de Korou, na Guiana Francesa, neste sábado (25) de Natal.
Publicado em 24/12/2021 às 13:44
Um grupo de astrônomos localizaram uma ''Nova Terra'', segundo estudo publicado recentemente na revista Research in Astronomy and Astrophysics. O planeta batizado de KMT-2020-BLG-0414Lb tem a mesma massa do nosso planeta, embora tenha temperaturas significativamente mais baixas, devido à distância da estrela que orbita - uma vez e meia a distância Terra-Sol.
A descoberta, que já é incrível, abre um novo momento para a astronomia, que se soma ao lançamento do Telescópio Espacial James Webb, da base de Korou, na Guiana Francesa, neste sábado (25) de Natal. O evento pode entrar para a história como o início de uma era de descobertas inusitadas sobre o Universo.
Considerado um supertelescópio, com tecnologia avançada e espelhos capazes de captar a radiação infravermelha, ele tem como objetivo entender o surgimento das primeiras galáxias e estruturas, como os misteriosos buracos negros.
É a missão mais avançada desde o Telescópio Espacial Hubble, enviado ao espaço há mais de 30 anos, e que está prestes a descobrir novos mundos, estrelas e sistemas solares.
Esta é a aposta do astrônomo, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, José Dias do Nascimento. “O James Webb, que é o mais complexo telescópio espacial já construído e 100 vezes mais poderoso do que o Telescópio Espacial Hubble, contribuirá muito com o estudo da atmosfera dos exoplanetas no infravermelho. Isto abrirá uma nova janela para observar exoplanetas em comprimentos de onda que nunca foram vistos antes. Uma vez que moléculas da atmosfera dos exoplanetas têm o maior número de características espectrais neste comprimento de onda, isto nos ajudará na obtenção de novos insights sobre natureza destes mundos”, diz.
O Telescópio James Webb é considerado uma ''lupa'' capaz de olhar para o ''passado'' do Universo, como propõe a missão em parceria das agências espaciais a americana Nasa, a europeia ESA e a do Canadá – CSA, e ampliar o entendimento sobre a formação de planetas diversos.
Novas Terras
Em paralelo a esta tecnologia, outras técnicas têm sido empregadas em busca de exoplanetas, aqueles localizados fora do nosso sistema solar. É o caso das microlentes gravitacionais, técnica de observação que levou um grupo de astrônomos a localizar uma ''Nova Terra''.
José Dias, que é um dos pesquisadores envolvidos na descoberta, diz que este é um planeta raro, com características que podem propiciar uma ''atmosfera fria o suficiente para compostos voláteis como água, amônia, metano, dióxido de carbono e monóxido de carbono condensado em grãos de gelo sólidos. Este é um passo fundamental na formação da sopa cósmica onde a vida foi cozinhada”, explica.
Embora as similaridades com a Terra chamem a atenção, o pesquisador destaca que a descoberta é ''uma peça no quebra-cabeça antrópico, onde nossas observações do Universo são condicionadas pela própria exigência de formação, manutenção e existência da vida senciente. Nosso planeta possui uma cobertura oceânica maior que 70% e isto parece parte de um critério importante na seleção natural antrópica”, diz.
Além do KMT-2020, também foi localizada neste sistema uma anã marrom, objeto muito grande para ser considerado um planeta (tem 17 vezes a massa de Júpiter), mas ainda pequeno para se enquadrar como estrela.
A descoberta – com participação de pesquisadores coreanos – foi feita partir de observatórios localizados nos Estados Unidos, Brasil (Observatório Pico dos Dias/ MG), Austrália e África do Sul e em decorrência da pandemia as análises de dados também foram feitas de forma remota.
Microlentes Gravitacionais
A técnica de Microlentes Gravitacionais monitora mudanças no brilho de estrelas distantes, especialmente quando estão alinhadas.
Segundo a pesquisa divulgada pela UFRN, a explicação é que 'esse alinhamento faz com que a luz da fonte sofra um desvio do seu caminho original. “Esse desvio da luz gera um aumento do brilho da estrela do fundo e, se as duas estrelas possuem movimentos relativos, uma curva de luz característica é produzida. Se a estrela lente possui um planeta, os pesquisadores podem inferir a sua presença através da análise cuidadosa dessa curva de luz e determinar as frações de massa do sistema, assim como o semi-eixo maior aparente (a distância do planeta até a estrela).''
Com informações da Agência Brasil
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