ECONOMIA
Nordeste registra melhor velocidade de vento
Nordeste apresenta os maiores potenciais de energia eólica do país, o que se explica pela constância e velocidade dos ventos.
Publicado em 13/04/2014 às 8:00 | Atualizado em 19/01/2024 às 15:18
O professor do departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Wellington Mota, explicou que é difícil falar do potencial de energia eólica no Estado, talvez pela ausência do atlas eólico. “Isso vai depender da velocidade do vento em cada ponto da Paraíba”.
Segundo o professor, o Nordeste apresenta os maiores potenciais de energia eólica do país, o que se explica pela constância e velocidade dos ventos. “Isso resulta no melhor aproveitamento dos ventos para a energia eólica, colocando o Brasil como o líder na América Latina.
Na Paraíba, os menores valores de velocidade média do vento ocorrem no mês de março, enquanto os maiores acontecem em setembro, quando atingem algo em torno de 8 a 14 m/s no interior do Estado. “Em especial entre as microrregiões do Curimataú e do Seridó. “Esses valores são bem superiores aos das médias brasileiras. Na matriz energética brasileira a energia eólica contribui com apenas 2%, mas espera-se que em 2017 chegue a 6%”, explicou.
Ele afirmou que não vê dificuldades em produzir energia eólica na Paraíba. “Hoje o custo do MWh está no mesmo patamar de uma geração térmica e sem a emissão de gás carbônico. O único problema é a continuidade da geração, pois essa depende da existência do vento. Ou seja, não podemos dispor dessa geração em qualquer instante do tempo”, pontuou.
Em termos econômicos, conforme afirmou Mota, a energia eólica perde apenas para a geração hidráulica, “sendo que no Nordeste nossas reservas hidrelétricas já se esgotaram”. Na região Norte, segundo o professor, ainda há reservas desse tipo, mas devido a problemas ambientais e de reservas indígenas, há dificuldade em utilizar o grande potencial existente. “Logo, para o Nordeste, o crescimento da geração eólica é necessário”.
A ausência do atlas eólico, mas principalmente as divergências políticas, na avaliação do professor, são questões que influenciam diretamente na baixa representatividade da Paraíba. “Coloca-se culpa na falta do atlas, mas o certo é que a vontade política dos outros estados, inclusive no Nordeste, é bem superior ao da Paraíba”. “No último leilão de energia já houve um indicativo de que vamos perder a posição de 4º lugar do boletim de usinas eólicas”
O leilão citado por Mota foi realizado em agosto do ano passado. A Paraíba foi o estado com o menor número de investidores interessados na construção de parques eólicos.
Foram habilitados nove projetos, mas nenhum foi contratado. O fracasso da Paraíba foi atribuído à forte competição do mercado. O presidente da Abeeólica, Elbia Melo, disse que a falta do atlas eólico contribuiu para o resultado negativo.
Comentários