COTIDIANO
Justiça decide que acusado de matar jovem Patrícia Roberta vai a júri popular
Jonathan Henrique será julgado pelo assassinato da pernambucana. Caso aconteceu em abril de 2021, quando a família registrou o desaparecimento da jovem.
Publicado em 27/01/2022 às 18:01 | Atualizado em 28/01/2022 às 12:31
A Justiça da Paraíba decidiu, na tarde desta quinta-feira (27), que o acusado de matar a jovem pernambucana Patrícia Roberta vai a júri popular. Jonathan Henrique foi preso em abril de 2021, depois que o corpo da vítima foi encontrado em uma área de matagal na zona sul de João Pessoa.
Sem data definida,o júri popular deve acontecer até março. Procurado pelo JORNAL DA PARAÍBA, o advogado de Jonathan, Rafael Garziera, informou estar analisando a decisão e que deve recorrer. Com a medida, a prisão preventida do acusado segue mantida e sua defesa tem o prazo de cinco dias para apresentar recurso.
A responsável pela sentença, a juíza Francilucy Rejane de Sousa Mota, acredita que há indícios suficientes do envolvimento de Jonathan no feminicídio para que o caso seja analisado diante do Tribunal do Júri. A sentença afirma, ainda, que a materialidade dos delitos é incontestável.
Detalhes da sentença
Entre as provas estão os registros de que no fim dr abril de 2021 Patrícia viajou de Caruaru até João Pessoa e ficou hospedada na casa de Jonathan, com quem mantinham relações há anos, segundo o pai da vítima. Há registros, ainda, do incômodo de Patrícia ao longo do fim de semana que ficou na casa do acusado, tendo efetuado troca de mensagens com a mãe onde alegava ter medo do comportamento dele.
A sentença afirma, ainda, que as testemunhas foram todas nítidas quanto a presença de Patrícia na casa do acusado, e o laudo médico que resultou da perícia efetuada no corpo da vítima atestou que ela foi morta por asfixia. Na noite em que Patrícia foi morta, de acordo com o estado de decomposição que seu corpo foi encontrado, testemunhas viram Jonathan sair do prédio com algo enrolado em sacos plásticos, com a ajuda de um carro de mão, de jogado o mesmo em um tonel de lixo.
A decisão traz, por fim, os qualificadores do crime. A juíza manteve o homicídio qualificado, com agravantes de morte de forma cruel, sem que a vítima pudesse se defender e feminicídio, visto que havia uma relação afetiva entre os dois, tendo sido encontrado um marcador chamado de violência doméstica ou familiar.
Entenda o caso
A jovem Patrícia é de Caruaru, Pernambuco, e viajou para João Pessoa para ficar em um apartamento de um amigo, no bairro de Gramame. Segundo informações da família repassadas à polícia, Patrícia e Jonathan eram amigos há cerca de 10 anos.
Ela chegou em João Pessoa na sexta-feira (23 de abril), e o último contato que teve com a mãe foi no domingo (25 de abril), quando disse que retornaria à Caruaru com Jonathan. Patrícia havia dito a mãe que o rapaz teria a trancado em casa no sábado.
Na madrugada desta terça (27 de abril), vizinhos viram Jonathan sair do prédio com um tonel de lixo em um carrinho de mão, e um deles seguiu o rapaz após desconfiar que dentro do tonel teria um corpo. Imagens do circuito de segurança mostram Jonathan saindo de motocicleta com algo parecido com um corpo preso ao veículo.
O apartamento do suspeito passou por perícia e os policiais seguiram com as buscas pelo bairro de Gramame. O carrinho mão usado por Jonathan e um tonel foram encontrados, junto com roupas que seriam de Patrícia.
A polícia também encontrou uma lista com nome de mulheres, um altar com livros de ocultismo e “escritos perturbadores”, segundo Amanda Melo, uma das peritas do caso. Um dos escritos do jovem continha conteúdos como “à noite eu saio pra matar” e “você é uma menina boazinha e eu sou um cara mau, você não consegue me entender”.
O conteúdo encontrado também indica que Jonathan acessava a ‘deep weeb’, e no tanque de lavar roupa foram encontradas fronhas de travesseiro com material similar a sangue.
Ainda na tarde de 27 de abril, o corpo de Patrícia foi encontrado numa mata em Gramame.
Jonathan foi preso no fim da noite de terça-feira (27), ele estava na casa de um amigo, no bairro de Mangabeira II, onde também foi encontrada a moto que teria sido usada para transportar o corpo da jovem até o local onde foi encontrado.
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