CONVERSA POLÍTICA
MPF sinaliza que shows e eventos de massas não serão proibidos em fevereiro na Paraíba
Após reunião com representantes do segmentos de eventos e da Secretaria de Estado da Saúde, neste sábado (29), será elaborada um ata com regras sanitárias para novo decreto estadual.
Publicado em 29/01/2022 às 14:36 | Atualizado em 29/01/2022 às 17:12
Após reunião com representantes do segmentos de eventos e da Secretaria de Estado da Saúde, neste sábado (29), os Ministérios Público Federal (MPF), Estadual (MPPB), do Trabalho (MPT) e de Contas da Paraíba (MPC) elaboraram uma ata com diretrizes para a realização de shows e eventos de massa na Paraíba no mês de fevereiro até o Carnaval. Elas devem estar em um novo decreto com medidas restritivas no estado, que deve ser publicado até a segunda-feira (31).
A preocupação é com o impacto das aglomerações diante do aumento dos casos de Covid-19 no estado, tendo em vista que já tem vários eventos particulares já agendados, principalmente na Grande João Pessoa.
A procuradora do MPF, Janaína Andrade, não deu detalhes dos termos que foram definidos na reunião, mas defendeu que o segmento de eventos não pode levar a culpa exclusiva pelo aumento de casos de Covid-19 na Paraíba. Defendeu que a responsabilidade é coletiva e relatou a situação exposta por empresários de que, mesmo com a cobrança do uso de máscaras, muitos participantes descumpriram o protocolo após entrar no evento.
Janaína Andrade sinalizou que devem ser liberados, mas com regras sanitárias mais rígidas, em comum acordo com os empresários.
“O setor de eventos mostrou-se sensível a fazer alterações na formatação dos shows que ocorreram no mês de janeiro. Após ouvir os dados da Vigilância Sanitária, da falta de compromisso do público com as regras sanitárias, o setor de eventos se colocou à disposição para contribuir e, ao mesmo tempo, possibilitar a realização de eventos", explicou a procuradora.
Para Janaína Andrade, não é apenas a suspensão de shows que poderá levar à diminuição de casos de Covid-19 na Paraíba. "A contaminação pela Covid ocorre em qualquer atividade. Por isso, é importante o compromisso social de todos com a vacinação, o uso de máscaras, distanciamento social e higienização das mãos. Não adianta buscar responsabilização de um setor quando a doença é de responsabilidade coletiva”, reiterou.
Preocupação
A reunião foi convocada devido à preocupação com o aumento no número de casos de covid nos últimos 15 dias no Estado da Paraíba, que levou ao incremento da procura por testes na rede pública e privada, o que pode ocasionar a demora nos resultados e afetar, inclusive, o manejo clínico dos pacientes.
Além disso, já há o aumento no número de atendimentos clínicos e hospitalares, amplamente noticiado pela imprensa e, mesmo sem impacto em maiores internações, o setor privado de saúde já sente o impacto da dinâmica hospitalar. A rede pública também informou que o Hospital Metropolitano esgotou os leitos para Covid.
Transmissibilidade
Na última quarta-feira (26), o Observatório de Síndromes Respiratórias da Universidade Federal da Paraíba (OBSRUFPB), informou ao MPF que o número reprodutivo efetivo (Rt) da Paraíba era aproximadamente igual a 1,44. O Rt indica quantas pessoas, em média, um indivíduo infeccioso pode contagiar.
O professor Hemílio Coelho, coordenador do Observatório, explicou que o Rt 1,44 significa que cada 100 pessoas infectadas na Paraíba são capazes de transmitir o vírus para outras 144 pessoas. “Importante ressaltar que a variante Ômicron avança e já fez com que os patamares de infecção sejam superiores ao segundo semestre de 2021 em um período curto”, apontou.
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