CONVERSA POLÍTICA
Obra de Pedro Osmar se torna patrimônio cultural imaterial da Paraíba
A proposta, de autoria da deputada Estela Bezerra (PSB), foi sancionada pelo governador João Azevêdo e publicada no DOE desta sexta-feira (25).
Publicado em 25/02/2022 às 7:41
A obra do compositor, cantor, poeta, músico, educador e artista plástico Pedro Osmar se tornou Patrimônio Cultural de natureza Imaterial do Estado da Paraíba. Ao lado do irmão, Paulo Ró, ele é um dos fundadores do Jaguaribe Carne, um dos principais movimentos culturais do estado.
O projeto, de autoria da deputada Estela Bezerra (PSB), foi sancionado pelo governador João Azevêdo (PSB) e publicado no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (25).
Quando uma obra se torna patrimônio cultural, os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira passam a ser protegidos pelo poder público, em conformidade com o artigo 216 da Constituição Federal.
Pedro Osmar
Pedro Osmar Gomes Coutinho nasceu em João Pessoa, em 29 de junho de 1954. Desde a infância teve contato com a música e, ainda menino, frequentava os saraus que as famílias da Rua da Paz organizavam no bairro de Jaguaribe.
Deu início à sua atividade musical na década de 1960, tocando nos Festivais da Canção em João Pessoa, até o contato com a música de experimentação, ouvindo as composições do maestro Pedro Santos (músico paraense radicado na Paraíba) ao participar do coral Madrigal, também na capital. Passou, então, a se interessar pelo estudo e prática das concepções de música contemporânea.
Foi entre os anos de 1960 e 1970, que ingressou no movimento da poesia marginal, participando do Grupo Sanhauá, tornando-se ativa personagem da chamada “Geração Mimeógrafo”. Por essa, época, suas atividades poéticas escolares logo se expandiram para recitais em ruas e associações. Desde então, participa de manifestações artísticas paraibanas.
Em 1973, foi estudar música, inicialmente na Universidade Federal da Paraíba (COEX-UFPB). Logo descobriu não ser sua vocação o rigor acadêmico na interpretação de obras consagradas.
Jaguaribe Carne
Em 1974 criou, juntamente com Paulo Ró, seu irmão, o grupo Jaguaribe Carne, que mescla elementos de guerrilha cultural, cultura popular e experimentações musicais.
Na efervescência da ditadura o grupo se apresentava na rua, em teatros e escolas, com músicas de protesto e uma estética pautada na performance, no experimento e na música popular local, como por exemplo: caboclinhos, frevo, cambindas e cirandas. Um trabalho autoral rico em referências que dialogam com o Tropicalismo e com a música folclórica.
O grupo musical já consolidou mais de quatro décadas de atuação, desenvolvendo uma pluralidade de ações coletivas que englobam a produção artística em diversas linguagens e até intervenção direta em projetos de cunho social, educacional e cultural.
O artista multimídia tem textos seus montados para teatro, entre eles “Quem é Palhaço, Aquí?”, por Edilson Dias; “Fogo Prestes” por Horieby Ribeiro, Edmilson Cantalice e Jacinto Moreno; e “Em Sentido Contrário às Máquinas”, pelo grupo Prefácio. A partir dos anos 90, gravou vários discos instrumentais com música de livre improvisação: Jaguaribe Carne-Instrumental, Signagem, Viola Caipira, Novóide, Piano Confeitado, Reviola, Farinha Digital, entre outros inéditos.
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