ECONOMIA
Inflação de 0,54% em janeiro tem maior resultado para o mês desde 2016
Em dezembro de 2021, a inflação tinha ficado em 0,73%. No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador apresentou alta de 10,38%, aponta o IBGE.
Publicado em 09/02/2022 às 12:40
A inflação caiu para 0,54% em janeiro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta quarta-feira (9) os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O valor apresentado foi o maior resultado para o mês de janeiro desde 2016, quando atingiu 1,27%. Em dezembro de 2021, a inflação tinha ficado em 0,73%.
No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador apresentou alta de 10,38%, patamar superior aos 10,06% registrados no período imediatamente anterior. Em janeiro de 2021, a variação mensal ficou em 0,25%.
Pelo 11º mês consecutivo, os preços do café moído avançaram, desta vez 4,75%, acumulando alta de 56,87% nos últimos 12 meses. Houve destaque também para a cenoura (27,64%), cebola (12,43%), batata-inglesa (9,65%) e tomate (6,21%). Em movimento contrário, houve queda nos preços do arroz (-2,66%), do frango inteiro (-0,85%) e do frango em pedaços (-0,71%).
Transportes contribui para desaceleração da inflação
O recuo de 0,11% no grupo de transportes, que é o de maior peso no IPCA, a inflação oficial do país, contribuiu para a desaceleração do indicador em janeiro. Em dezembro, ele tinha apresentado alta de 0,58%. Esse foi o único dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados a ter redução em janeiro.
O recuo nos preços das passagens aéreas ficou em 18,35% e dos combustíveis em 1,23%, sendo que na gasolina alcançou 1,14%. No etanol, a redução chegou a 2,84% e, no gás veicular, a 0,86%. O óleo diesel subiu 2,38% e foi o único a aumentar em janeiro. Os transportes por aplicativo (-17,96%) e o aluguel de veículo (-3,79%) também registraram retração.
Os preços do gás de botijão recuaram 0,73%, pela primeira vez após 19 meses consecutivos de alta. Em 12 meses, o botijão acumula alta de 31,78%.
Habitação
Na habitação, a alta de 0,16% representou desaceleração em relação ao mês anterior, quando ficou em 0,74%. A queda de 1,07% da energia elétrica influenciou o resultado, apesar da permanência da bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Outra influência foi das mudanças do Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins, do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e de tarifa de iluminação pública em algumas áreas pesquisadas.
A maior variação nos demais grupos foi nos artigos de residência (1,82%), e os destaques ficaram com eletrodomésticos e equipamentos (2,86%), mobiliário (2,41%) e TV e som e informática (1,38%), que tiveram alta na comparação com dezembro. “Esses itens contribuíram conjuntamente com 0,06 pp no IPCA de janeiro. Os grupos vestuário (1,07%) e comunicação (1,05%) também tiveram altas. Os demais ficaram entre 0,25% (educação) e 0,78% (despesas pessoais)”, informou a pesquisa.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) cresceu 0,67% em janeiro. O resultado ficou abaixo do mês anterior: 0,73%. Foi ainda a maior variação para o mês desde 2016. A alta foi de 1,51%. Nos últimos 12 meses, o indicador acumula elevação de 10,60% e ficou acima dos 10,16% observados no período imediatamente anterior. Em janeiro de 2021, a taxa alcançou 0,27%.
Os preços dos produtos alimentícios subiram 0,76% em dezembro, indo para 1,08% em janeiro. Os não alimentícios tiveram alta menos intensa que a do mês anterior e saíram de 0,72% em dezembro para 0,54% em janeiro.
Segundo o IBGE, o IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, e o INPC as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, além do Distrito Federal, Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
*Com Agência Brasil
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