ESPORTES
Craques do passado: Washington Luiz, o leal xerife que virou ídolo em uma das grandes crises do Botafogo-PB
Aos 62 anos, ex-jogador tem uma marca que parece inalcançável, de ter jogado 438 vezes com a camisa do Belo.
Publicado em 13/02/2022 às 13:41
Se tem um jogador que merece ser exaltado pela história que construiu no Botafogo-PB é o zagueiro e histórico capitão, Washington Luís, jogador que mais vestiu a camisa do clube. Foram 438 jogos nos dez anos em que envergou a camisa do Alvinegro da Estrela Vermelha. Mas, mais do que isso, um importante fato faz do ex-jogador uma figura que merece todas as deferências. É que Washington Luís encarou, dentro do clube, uma das fases mais difíceis da instituição. E não saiu por conta disso. Seguiu firme e forte, em busca da reabilitação do Belo.
Mas vamos começar pelo início da sua história. Natural de Catingueira, no Sertão da Paraíba, Washington Luís Pires de Assis nasceu no dia 10 de novembro de 1960. Deu seus primeiros passos mais firmes no mundo da bola no Nacional de Patos. Jogou muito tempo no Canário do Sertão, tendo ingressado no juvenil e jogado como profissional pela primeira vez, pelo Verdão.
Mas seria, naquele tempo, na década de 1980, bem difícil ser campeão jogando em um clube sertanejo — o Sousa foi o primeiro clube da região campeão paraibano, apenas em 1994 —, de modo que o jogador se transferiu para o Botafogo-PB, em 1987. O começo foi promissor. Em 1988, um ano depois, o zagueiro foi campeão estadual num épico título em cima do Treze, em pleno Estádio Amigão.
Mas ficou por aí. Washington Luiz, que jogou dez anos no clube, só teve um título estadual pelo Belo. Mas está nisso também a beleza e o grande valor da sua trajetória no Alvinegro. O capitão ficou ao lado do clube no jejum. Sendo capitão, líder e um nome importante para impor respeito aos adversários, num momento difícil que o time pessoense atravessou, do final da década de 1980 até 1997.
“Nesse período eu só fui campeão uma vez, foi um jejum muito grande. Ganhei o Paraibano em 1988, e depois o Botafogo-PB passou 10 anos pra poder ganhar outro título. Teve o jejum, mas o clube revelou muitos jogadores. Como Maurício, Missinho, Esquerdinha. Sempre pensavam em fazer os times com jovens, mas me deixavam para ser a experiência dos elencos. Também tive o prazer de disputar a primeira Copa do Nordeste”, disse o ex-jogador, em entrevista à CBN João Pessoa.
Curiosamente, o atleta ficou até 1997, último ano sem títulos do Botafogo-PB. No ano seguinte, fora do clube, teve que ver seu amado Belo ser campeão fora do elenco, em 1998, quando sua geração deu lugar à geração de Betinho, Gilmário, Airton e Lúcio Surubim. O ex-atleta ainda teve uma passagem pelo Auto Esporte, antes de encerrar a carreira no ano de 1998.
Washington Luiz, nesses dez anos de Botafogo-PB, teve vários companheiros. Participou de diferentes grupos de jogadores. Mas sempre foi líder. O colega mais famoso certamente foi o mais Giovani, que brilhou na década de 1980 com a camisa do Vasco. O jogador foi contratado pelo Botafogo-PB em 1994. Era a estrela da companhia. Mas não aceitou ser o capitão. A braçadeira tinha dono.
“Joguei com muitos jogadores bons, como Washington Lobo, Cássio, Silvinho, Salerno. Vários. Joguei também com o Giovani. Quando ele chegou, eu ofereci a braçadeira de capitão, mas ele não aceitou. Ele recusou e disse que eu iria continuar como capitão. Uma figura humana muito bacana e fiquei muito feliz de jogar ao lado dele”, conta o ex-defensor.
Atualmente, aos 62 anos, Washington Luiz vive em João Pessoa, segue acompanhando o futebol paraibano e ainda é reconhecido nas ruas, sobretudo pelos mais velhos, aqueles torcedores que não largaram o Botafogo-PB nas vacas magras, e lembram que Alvinegro da Estrela Vermelha é sinônimo de Washington Luiz.
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