COTIDIANO
Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia após ataque militar
Na madrugada desta quinta-feira, conflito entre Rússia e Ucrânia ganhou cenas de ataques em diversas regiões ucranianas. Ucrânia instaurou lei marcial.
Publicado em 24/02/2022 às 9:16 | Atualizado em 27/02/2022 às 10:57
Na madrugada desta quinta-feira (24), a Rússia, com autorização do presidente Vladimir Putin, começou uma operação militar de ataque a Ucrânia. Vídeos já divulgados mostram explosões e movimentações de tanques em diversas regiões ucranianas.
Os militares ucranianos estariam tentando reagir. Em paralelo, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, pediu calma e instaurou a chamada lei marcial, quando regras militares substituem as leis civis comuns de um país.
A ação de Putin acontece alguns dias depois que ele ignorou um acordo de paz e ordenou que tropas fossem para duas regiões do leste.
Qual o conflito entre Rússia e Ucrânia?
Há alguns anos, a Ucrânia trabalha em um movimento de aproximação das instituições europeias, entre elas a Otan e a União Europeia. A Rússia, por sua vez, resiste a essa expansão. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirma que a Ucrânia tem sido um fantoche do Ocidente e que, na verdade, nunca foi um Estado adequado.
O que a Rússia quer é que a Ucrânia se torne um Estado neutro e, consequentemente, não se una com a Otan - aliança militar de 30 países - e se desmilitarize.
A Ucrânia é uma ex-república soviética e apresenta fortes laços não apenas sociais, mas também culturais, com a Rússia, inclusive o idioma. As relações, no entanto, começaram a se desgastar quando a Rússia invadiu a Crimeia e Sevastopol em 2014.
O que o presidente Vladimir Putin quer?
Em dezembro, uma série de demandas foram apresentadas em Moscou, entre elas o compromisso a Ucrânia em não se juntar à Otan; as limitações às tropas e armas que podem ser implantadas nos países que aderiram a essa aliança após a queda da União Soviética (URSS) e a retirada da infraestrutura militar instalada nos estados do Leste Europeu após 1997. Alguns pontos são importantes:
- O país quer a promessa legal de que a Otan não vai expandir além da sua composição atual. Isso significa que a Ucrânia não poderia se tornar membro da Otan;
- Putin considera que os líderes atuais da Ucrânia estão implementando um projeto "anti-Rússia";
- Para Putin, a entrada da Ucrânia na Otan significa uma ameaça de recaptura da Crimeia;
- A Rússia quer que a Otan não posicione "armas de ataque perto das fronteiras da Rússia" e quer a Otan volte a suas fronteiras de antes de 1997.
Em resumo: um país - a Ucrânia - que está perto da fronteira com a Rússia está se tornando uma plataforma para uma aliança militar ameaçadora. Portanto, a Ucrânia pode se tornar membro da Otan e assim passar a armazenar mísseis e tropas dessa aliança. Trata-se, ainda, de uma zona de segurança da Rússia que, claro, eles querem manter.
O que é a Otan?
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é uma aliança de defesa com uma política de portas abertas a novos integrantes. Os 20 Estados-membros já disseram que isso não mudará.
O questionamento de Vladimir Putin é que o Ocidente prometeu, em 1990, que a Otan não iria expandir em direção ao Oriente, mas mesmo assim o fez.
Há interesses no conflito entre Rússia e Ucrânia?
Muitos países da Europa dependem do abastecimento de gás natural russo. Se há um conflito armado na região, a Rússia pode suspender o fornecimento do gás natural. A Alemanha seria um dos países mais atingidos.
Como o conflito afeta o Brasil?
O Brasil pode, sim, sofrer sanções com o conflito entre Rússia e Ucrânia. O principal deles e mais negativo são os efeitos econômicos. A Rússia, por exemplo, é um dos maiores produtores e exportadores de petróleo do mundo, o que pode alterar o preço do barril durante uma guerra no Leste Europeu.
A região não é comercialmente relevante para o Brasil. No entanto, o Brasil pode ser afetado pelos impactos que a economia global irá sentir.
Comentários