COTIDIANO
Campinense enfrentará o São Paulo pela 3ª vez na história e tentará manter invencibilidade contra o Tricolor
Paraibanos e paulistas acumulam dois empates no retrospecto do confronto: 2 a 2 em 1975, pela Copa Brasil, e 0 a 0 em 1981, pela Taça de Ouro, ambos no Amigão, palco do duelo desta quinta-feira.
Publicado em 24/02/2022 às 13:02
Desde aquela tarde de futebol em Campina Grande, quando o Campinense empatou pelo placar de 0 a 0 com o São Paulo, em partida válida pela Taça de Ouro de 1981, passaram-se 41 anos. A Raposa neste meio tempo conquistou uma série de estaduais, acessos e a Copa do Nordeste, maior título de sua história. A partida de logo mais às 21h30, raposeiros e tricolores voltam a ficar frente a frente neste duelo que, apesar de ser visto por muitos como um verdadeiro "Davi contra Golias", o time da casa ostenta o orgulho de nunca ter perdido para os visitantes, uma vez que, até o momento, as equipes empataram nas duas oportunidades em que se cruzaram.
Nas próximas linhas o torcedor paraibano fará uma verdadeira viagem no tempo rumo às décadas de 70 e 80, quando o Campinense e os demais times da Paraíba participavam recorrentemente das competições de elite do futebol brasileiro.
Lá e cá em 75
A década de 70 foi, sem dúvidas, uma das mais marcantes da história do Campinense. A equipe, formada majoritariamente por atletas revelados pelo próprio clube, vinha de um tetracampeonato estadual e de um vice-campeonato no Nacional de Clubes da Segunda Divisão, a atual Série B do Brasileirão, em 1972. O segundo lugar naquela competição nacional, abaixo do campeão Sampaio Corrêa, daria à Raposa a possibilidade de fazer a sua estreia na elite do futebol nacional já em 1973, o que não aconteceu pelo fato de a Paraíba não ter, à época, um estádio que atendesse a todas as recomendações da Confederação Brasileira de Desportos (atual CBF) para a disputa dos jogos.
A situação foi, enfim, resolvida em 1975, quando o então governador Ernani Sátiro entregou à população de Campina Grande o Estádio Amigão, com capacidade, à época, para mais de 40 mil torcedores — o dobro dos atuais 20 mil. Com isso, naquele ano, o Campinense tinha todos os ingredientes necessários para ser o primeiro time paraibano a disputar a Copa Brasil, atual primeira divisão do Campeonato Brasileiro.
A partida contra o São Paulo aconteceu no dia 27 de agosto de 1975 e foi válida pela segunda rodada da competição. O Campinense, por ter estreado com uma derrota por 2 a 0 para o CSA, em casa, queria buscar a reabilitação contra o já gigante Tricolor paulista, que 10 dias antes, regido por Serginho Chulapa, Waldir Peres e Muricy Ramalho, havia conquistado o seu 11º título paulista, batendo a Portuguesa, nos pênaltis, na decisão.
De acordo com a súmula da partida, estiveram presentes ao Estádio Amigão naquela noite de quarta-feira mais de 14 mil torcedores, que viram o Campinense abrir o placar com gol do zagueiro Dão, logo aos 13 minutos de jogo. Favorito, o São Paulo buscou se impor na partida e chegou ao empate aos 43 minutos do primeiro tempo, com o artilheiro Serginho Chulapa. Nos 45 minutos finais, foi a vez de o time do Morumbi ficar à frente no marcador e virar o jogo com gol de Terto, aos 22 minutos. A Raposa, no entanto, foi buscar o empate no apagar das luzes, quando Ageu, aos 40, estufou as redes de Waldir Peres e deixou tudo igual em Campina Grande.
Apesar do bom resultado diante dos paulistas, o Campinense não terminaria o campeonato com uma boa campanha, uma vez que foi o lanterna da competição, que contava com 42 clubes participantes divididos em quatro grupos — sendo os grupos A e B com 10 times, e C e D com 11 —, com apenas quatro pontos conquistados em 16 jogos disputados. O Tricolor, por sua vez, seguiu vivo no certame até a terceira fase, quando não conseguiu classificar-se para as semifinais, terminando em quinto lugar na classificação geral e adiando o sonho do inédito título brasileiro para 1977, quando, com a base do elenco de 75, bateu o Atlético-MG na grande final.
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