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SAÚDE

Vacina contra a Covid-19: tomar ou não tomar a quarta dose?

Existe uma campanha em curso para se aplicar 4ª dose em idosos e na população geral

Publicado em 05/03/2022 às 19:52 | Atualizado em 05/02/2024 às 11:30


                                        
                                            Vacina contra a Covid-19: tomar ou não tomar a quarta dose?
Foto: Dayse Euzébio/Secom-JP

Tomar ou não tomar a 4ª dose da vacina contra a Covid?

Enquanto pouco mais de 30% da população brasileira está completamente imunizada contra a Covid-19, contando inclusive com a dose de reforço, existe uma campanha em curso para aplicar-se a 4ª dose em idosos e na população geral. Isso ainda não tem o apoio da maioria dos estudos científicos.

Isreal começou a aplicar 4ª dose

Mas a publicação de um estudo israelense publicado em janeiro de 2022 que mostrava que pessoas que receberam uma 4ª dose da vacina contra a Covid tiveram títulos de anticorpos até 5 vezes maiores que pessoas com apenas 3 doses e que tinham uma chance 4 vezes menor de adoecer gravemente,  motivou o governo de Israel a indicar a vacinação com mais uma dose para maiores de 60 anos e profissionais de saúde. Antes desse estudo, apenas pessoas com imunossupressão recebiam a dose extra.

Em reunião em fevereiro de 2022, a câmara técnica do Ministério da Saúde decidiu por não recomendar uma 4ª dose para população geral. Segundo o relatório técnico, o entendimento é de que não há pesquisas científicas com dados suficientes que embasam um novo reforço de imunização para pessoas que não sejam imunossuprimidas.

Ministério da Saúde não recomenda 4ª dose

Ainda de acordo com técnicos que compõem o comitê técnico, neste momento não deve ser aplicada a quarta dose porque as pessoas que tomaram duas doses e o reforço, ou seja, estão com o esquema vacinal completo, continuam muito bem protegidas contra a Covid- 19 e o agravamento da doença.

A ideia do Ministério da Saúde é que a aplicação da terceira dose é suficiente para uma proteção adequada contra a forma grave da doença.  Esse entendimento é corroborado também por um novo estudo, ainda em fase de revisão, feito nos Estados Unidos, defende que a terceira dose seria suficiente para evitar mortes e internações. Esse estudo mostrou que depois de aplicada a terceira dose, há uma aumento do sistema imunológico inclusive contra nova variantes.

Apesar da recomendação, alguns municípios de São Paulo, Rio de janeiro e o estado do Mato Grosso do Sul já estão aplicando a quarta dose em idosos. Espírito santo, Rio Grande do Norte e Acre também já avaliam a quarta dose. O Governador de São Paulo, João Dória (PSDB) disse que o estado irá aplicar a 4ª dose a partir de 4 de abril, independente da recomendação do Ministério da Saúde.

Idosos respondem menos à vacinação

Normalmente, os idosos respondem de forma deficitária à administração de vacinas. No caso da vacina contra Covid, os estudos mostram que duas doses não são suficientes. Observa-se que os níveis de anticorpos contra a Covid-19 têm uma queda muito rápida depois de 6 meses, daí a importância da terceira dose.

O Brasil adotou a terceira dose em agosto de 2021 para idosos e profissionais de saúde. Com a chegada da ômicron por aqui, houve a extensão dessa recomendação para toda a população.

A sociedade brasileira de infectologia acha que mais importante que aplicar nesse momento uma quarta dose para população geral, distribuir mais vacinas em estados que estão tendo dificuldades de atingir metas fosse mais acertado.

Não há consenso na comunidade científica

Na comunidade científica não há um consenso sobre o momento em que deve ser dada uma nova dose do imunizante para que já completou o esquema de 3 doses.

Até o momento, os estudos chegam a um consenso que a proteção contra doenças graves e mortes é satisfatória  com a vacina atual, desde que você receba a terceira dose.

Imagem

André Telis

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