SILVIO OSIAS
Meu William Hurt mais querido é o de Corpos Ardentes. Ator morreu aos 71 anos
Publicado em 14/03/2022 às 9:11
Morreu William Hurt. Uma notícia triste que chegou neste domingo (13). O ator tinha 71 anos e, segundo a família, morreu em casa de causas naturais. Muito provavelmente, consequências de um câncer de próstata.
Um filme muito destacado no noticiário foi, naturalmente, O Beijo da Mulher Aranha. Afinal, deu a Hurt o Oscar de Melhor Ator.
Esse filme é especialmente importante para nós, brasileiros, porque foi dirigido por Hector Babenco, cineasta argentino que viveu e trabalhou no Brasil, e teve a presença, no elenco, de Sônia Braga, José Lewgoy e Milton Gonçalves, entre outros brasileiros.
Os Filhos do Silêncio pode não ser um filme excepcional, mas é muito sensível. Hurt é professor em uma escola para surdos e se envolve com uma funcionária, também surda. Ele ensinando a personagem a dançar e apresentando a música de Bach a ela - dois momentos que achei comoventes.
Mas meu William Hurt mais querido é o de Corpos Ardentes. É do início dos anos 1980 e tem direção de Lawrence Kasdan. Hurt estava com 31 anos. Contracena com Kathleen Turner.
Corpos Ardentes retoma um dos gêneros mais interessantes do cinema, o noir, quando este já estava em desuso há muito tempo. Lembra muito dois clássicos do gênero - Pacto de Sangue, de Billy Wilder, e Fuga do Passado, de Jacques Tourneur, ambos dos anos 1940.
Corpos Ardentes tem o erotismo que os filmes noir não podiam ter nos anos 1940 e 1950. E subverte o gênero porque é em cores. A grande maioria dos filmes noir são em preto e branco. Fica, então, como minha melhor lembrança de William Hurt, esse ator notável que nos deixa muito cedo.
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